Avanços institucionais

Em entrevista, Thomaz Bastos falou da reestruturação da PF e do Innovare

Autor

29 de novembro de 2014, 14h15

Rose Brasil/ABr
O aumento de operações deflagradas pela Polícia Federal nos últimos anos foi uma conquista para Márcio Thomaz Bastos (foto), que morreu no último dia 20 de novembro. Ministro da Justiça entre 2003 e 2007, ele foi o principal responsável pela reestruturação do órgão. Em entrevista concedida ao programa Contraponto, Bastos confessou: “Sinto muito orgulho. A PF deu um salto qualitativo que não tem mais volta, ela foi reestruturada, passou a usar métodos modernos de investigação e conseguiu imprimir efetivamente o combate ao crime organizado como nunca antes no Brasil”.

Mas essa não foi a única contribuição do advogado, que é considerado um dos principais nomes da advocacia criminal do país. Ele foi um dos idealizadores do Prêmio Innovare. A iniciativa, cuja 11ª edição será entregue no próximo dia 16 de dezembro, na sede do Supremo Tribunal Federal, tem como objetivo identificar e disseminar as boas práticas do Poder Judiciário.

Centenas de projetos positivos ao Judiciário já foram revelados pelo Innovare. “É um prêmio muito importante, porque visa identificar juízes e promotores criativos, advogados que buscam soluções para os problemas da Justiça, tribunais que têm boas práticas. E os premia. É um grande incentivo para termos uma Justiça rápida e eficaz com a qual todos nós que sonhamos”, afirmou na entrevista.

Ao programa, o ministro também declarou seu amor pela profissão. Ele iniciou sua atuação em tribunais do Júri em 1957. Apesar do tempo, nunca deixou de sentir o frio na barriga antes de cada julgamento. “No júri nunca sabe-se o que vai acontecer. É uma emoção como da primeira vez. E é bom ficar ‘em estado de júri’, ficar bem tenso para chegar e lá e fazer o trabalho”.

A morte de Thomaz Bastos foi uma grande perda, lamentada pelas principais personalidades do país. A presidente Dilma Rousseff chegou a publicar nota destacando que perdeu um amigo e de um defensor intransigente do direito de defesa. “Ele foi responsável por avanços institucionais, como a reestruturação que ampliou autonomia à Polícia Federal, a aprovação da emenda constitucional da reforma do Poder Judiciário e o Estatuto do Desarmamento. Quem teve o privilégio de conviver com ele, como eu tive, conheceu também um amigo espirituoso, de caráter e lealdade ímpares”, destacou na ocasião.

Clique aqui para rever a entrevista de Thomas Bastos.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!