"Lava jato"

Executivo investigado diz ter sido ameaçado para pagar propina

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24 de novembro de 2014, 17h56

A defesa de Erton Medeiros de Fonseca, um dos executivos da Galvão Engenharia envolvidos na operação "lava jato" da Polícia Federal, disse à Justiça Federal do Paraná que ele foi ameaçado para que pagasse um total de R$ 8,3 milhões de propina em valores líquidos, de 2010 a 2014. Entre os recibos de pagamentos contidos na petição, um que aponta que Fonseca pagou R$ 230 mil em propinas em abril deste ano, ou seja, um mês depois que a operação começou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com a o texto da defesa, Fonseca teria sido ameaçado por Shinko Nakandari, "pessoa que se apresentou como emissário da Diretoria de Serviços da Petrobras na presença de Pedro Barusco", ex-gerente executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras.

Barusco fez acordo de delação premiada no qual concordou com a devolução de cerca de US$ 100 milhões aos cofres público, além de esclarecer tudo o que sabia sobre o esquema de corrupção e propina na estatal.

No documento encaminhado à Justiça Federal do Paraná, a defesa de Erton alega que os pagamentos foram feitos pela Galvão Engenharia para contas da LFSN Consultoria, empresa que Erton Fonseca diz ter sido indicada por Shinko e para a qual o executivo deveria pagar propina "com a efetiva ameaça de retaliação das contratações que a Galvão Engenharia S/A tinha com a Petrobras, caso não houvesse o pagamento dos valores estipulados de maneira arbitrária, ameaçadora e ilegal", apontam os advogados José Luis Oliveira Lima e Camila Torres Cesar, na petição de defesa.

A Diretoria de Serviços da Petrobras foi comandada até 2012 por Renato Duque, também preso na sétima etapa da lava jato. Duque é apontado como indicado do PT ao cargo e, segundo depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef à Justiça Federal, ele seria o responsável por operacionalizar o esquema de propinas para o PT. Todas as licitações da estatal passam pela Diretoria de Serviços que, segundo Costa e Youssef, recolhia 2% do valor dos contratos para o Partido dos Trabalhadores.

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