"Clube" de empresas

36 executivos de empreiteiras são alvo de nova denúncia na “lava jato”

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11 de dezembro de 2014, 18h00

Em novo capítulo da operação “lava jato”, o Ministério Público Federal no Paraná denunciou 36 pessoas sob a acusação de que integravam um esquema de desvios envolvendo contratos da Petrobras. Vinte e duas são ligadas às construtoras Camargo Corrêa, OAS, Mendes Júnior, Galvão Engenharia, Engevix e UTC. Em meio às cinco denúncias, também aparecerem o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.

O grupo é acusado de ter cometido os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. De acordo com o MPF, as empresas montaram uma espécie de “clube” que combinava quem ganharia contratos da Petrobras e definia as obras simulando um regulamento de campeonato de futebol.

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Segundo Costa (foto), que assinou acordo de delação premiada, mas também acabou sendo denunciado mais de uma vez, as empreiteiras inchavam seus orçamentos para incluir uma taxa para agentes políticos.

Cerca de 3% dos valores dos contratos eram desviados e repassados a partidos, afirmou ele. As declarações levaram em novembro a uma nova fase da operação, que levou à prisão de membros da cúpula das empresas. Onze ainda estão presos em caráter preventivo na carceragem da Polícia Federal.

O MPF diz que, para enviar dinheiro aos operadores do esquema, as construtoras lavavam dinheiro contratando empresas de fachada, com serviços que só existiam no papel.

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As denúncias foram anunciadas nesta quinta-feira (11/12), em Curitiba, durante entrevista à imprensa que contou até com a participação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot (foto). “Meu papel aqui é dar apoio a essa nova fase que se inicia. O MPF não fala aquilo que fará, mas dá conhecimento à sociedade aquilo que fez e esclarece sua atuação”, declarou, depois de notícias apontando um suposto acordo coletivo com empreiteiras.

Fio da meada
Quando a “lava jato” teve início, o foco estava num suposto esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas com empresas de fachada que seria comandado por Alberto Youssef. A partir dele surgiram indícios de irregularidades na Petrobras. A Polícia Federal apontou relação entre o doleiro e Paulo Roberto Costa, responsável pelo setor de abastecimento na estatal.

Já há cerca de dez Ações Penais tramitando na 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo juiz federal Sergio Fernando Moro. Investigações que apuram a possível participação de parlamentares correm no Supremo Tribunal Federal, por causa da prerrogativa de foro. Com informações do MPF-PR e da Agência Brasil.

Clique para ler as denúncias relacionadas a cada empresa:
Galvão Engenharia
Engevix
Mendes Junior
OAS
Camargo Corrêa/UTC

* Texto atualizado às 19h55 do dia 11/12/2014.

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