Retrato do Brasil

Revista faz documentário sobre julgamento do mensalão

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24 de setembro de 2013, 14h41

A revista Retrato do Brasil apresenta, através de seu canal no YouTube, o documentário Mensalão, um Julgamento Medieval, que analisa a atuação do Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470. Narrado por Fernando Morais e com roteiro de Raimundo Pereira, o filme cita reportagens feitas pela revista (da qual Pereira é diretor) para provar falhas no julgamento.

A conclusão do filme, explica Morais, é que foi praticada durante o julgamento da AP 470 uma espécie de “Justiça medieval”, que se caracteriza por partir do suspeito de ser criminoso, e não do crime.

O documentário informa que, segundo a acusação, o mensalão envolve o desvio de verbas de dois órgãos públicos (Banco do Brasil e Câmara dos Deputados) através de empresas de publicidade. No entanto, segundo Raimundo Pereira, não há desvio de dinheiro na Câmara dos Deputados.

A história foi contada na edição 68 da revista, em reportagem com o título “Mensalão Especial: como se inventou o desvio de dinheiro da Câmara dos Deputados”. A prova estaria em investigação feita pela Secretaria de Controle Interno da Câmara dos Deputados, sob o comando de Alexis Souza.

Nomeado pelo então presidente da Casa, Severino Cavalcanti, ele não chegou a ser empossado como diretor da Secim. Após Severino ter deixado o cargo, não teve a nomeação confirmada por Aldo Rebelo, mostra o vídeo, citando trechos da reportagem. No entanto, seu relatório, que teve oito volumes e foi reformulado por oito comissões de sindicância da Câmara, conclui que não houve irregularidade no contrato da Casa com a agência de publicidade SMP&B, de Marcos Valério.

Como aponta a reportagem da Retrato do Brasil, o contrato também foi considerado regular pelo pleno do Tribunal de Contas da União. O órgão afirmou que  SMP&B cumpriu mais de 11% do contrato, enquanto o ministro Joaquim Barbosa, relator do caso no STF, falava que o percentual cumprido foi de apenas 0,01%.

O documentário questiona ainda a situação do delegado Luís Flávio Zampronha, principal investigador do mensalão e que está proibido de falar sobre o assunto. De acordo com a reportagem citada pela produção, isso ocorre porque Zampronha teria dito que o dinheiro distribuído pelo PT vinha de empréstimos verdadeiros, de acordo com Raimundo Pereira.

Há menção também à prática de caixa dois, admitida pelos envolvidos e que ficou em segundo plano por conta da tese de desvio de dinheiro público, aponta a produção. O documentário ainda classifica como mentira o desvio de R$ 73 milhões do Banco do Brasil, utilizando documentos publicados pela Retrato do Brasil.

A revista mostrou, em dezembro de 2012, que um documento desmente o desvio de recursos públicos, inclusive com a revelação de que parte das verbas foi destinada à mídia, para promover campanhas da então Visanet. O texto aponta que a empresa teria os comprovantes dos gastos citados em mídia aeroportuária, promoção de eventos e campanhas, por exemplo.

Assista ao documentário:

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