Pirâmide financeira

MPF aponta ligação entre Bbom e Telexfree

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3 de setembro de 2013, 17h06

O Ministério Público Federal afirmou, através de nota oficial da Procuradoria da República no Estado de São Paulo, que há ligação entre a Telexfree e a Bbom, que operam esquemas de pirâmide financeira, segundo o MPF.

A Bbom teve a indisponibilidade dos bens decretada em 11 de julho por decisão da Justiça Federal em Goiás, enquanto a Telexfree teve as atividades suspensas em 19 de junho, por decisão do Tribunal de Justiça do Acre. Atualmente, o caso da Telexfree tramita em segredo de Justiça, e a empresa já foi condenada a indenizar um de seus divulgadores.

De acordo com a nota do MPF, a Embrasystem Tecnologia em Sistemas Importação e Exportação Ltda., que tem como nomes fantasia Unepxmil e BBom, atuava oferecendo a adesão ao “Sistema Bbom”, esquema que seria o sucessor da Telexfree. Como provas desta ligação, a Procuradoria da República em São Paulo cita telefonemas e transações entre as empresas e pessoas em comum, sem identificar tais operações ou os envolvidos.

A oferta de rastreadores veiculares, apontada pela Bbom como sua principal atividade, seria apenas um disfarce para o esquema de pirâmide, segundo a nota. O MP aponta que, na verdade, os associados pagavam uma taxa de entrada e mensalidade ao longo de 36 meses. Durante tal período, se comprometiam a pagar as taxas e arrebanhar novos associados, o que rendia bonificações. É este bônus que comprova o esquema de pirâmide, pois quem entrasse depois no sistema não conseguiria recuperar o investimento.

Em 16 de agosto, a Justiça Federal determinou a apreensão de 45 carros de luxo registrados em nome da Embrasystem e de quatro veículos que pertencem a João Francisco de Paulo, sócio-proprietário da empresa, segundo o texto. Entre os carros apreendidos três dias após a ordem judicial, estão 18 Mercedes Benz, quarto Lamborghinis, três Ferraris, uma Maserati, aponta o texto.

Ainda de acordo com o MPF, o sequestro de bens foi pedido por conta da investigação criminal sobre o esquema de pirâmide, disfarçado de marketing multinível, além de lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional.

A Justiça Federal, conclui o MPF, também decretou o sequestro de todos os bens em nome da Embrasystem e dos sócios João Francisco de Paulo, Jefferson Bernardo de Lima e José Fernando Klinke. A decisão judicial aponta que a medida será efetuada através do BacenJud e, como é exigido um valor, este foi estipulado em R$ 479 milhões para cada pessoa. Com informações da Assessoria de Imprensa da Procuradoria da República em São Paulo.

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