Missão sagrada

É tempo de compromisso com a advocacia

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4 de outubro de 2013, 15h35

Aprendi com a tradição de minha casa que "todas as coisas têm seu tempo" (Ecl 3,2). Passados nove meses que assumimos juntos a direção da OAB da Bahia, eu e meus companheiros já estamos colhendo frutos, mas ainda é tempo de semear.

Foram tão demasiadas as coisas que parte da sociedade política baiana passou a cogitar meu nome para filiação a partidos políticos e eventual candidatura em 2014. Recebi surpreso mas honrado as cogitações. Todos que como eu amam sua terra só podem tomar com seriedade expectativas que apontem para projetos que visem o bem comum.

A OAB da Bahia recuperou sua voz na sociedade civil e voltou a estar inserida nas altas discussões que envolvem a advocacia e o Estado Democrático de Direito, porque é simultaneamente entidade de classe e instituição constitucional. Daí tantas as frentes de atuação, como, por exemplo, a defesa de nossas prerrogativas, a proposta de piso salarial, a revisão da tabela de honorários, a aquisição de sede própria para a OAB de Ilhéus, o aparelhamento de diversas salas de advogados nos fóruns, ou, igualmente, a recusa a toda sorte de discriminação às mulheres, aos homossexuais ou aos negros, a crítica à forma de implantação do PJe, a atuação firme em favor das manifestações democráticas e contra as prisões ilegais, a recuperação da verdade, o enfrentamento da crise do Judiciário baiano, a eleição direta para a formação da lista sêxtupla para desembargador.

O trabalho envolve centenas se não milhares de advogados e advogadas em todo o estado, que, voluntariamente, continuam a carregar a bandeira da OAB, entre os quais sou apenas mais um. O ciclo solar insiste que tem 24 horas, mas nós trabalhamos 48 horas por dia. E dentro dessas horas de trabalho dedicado voluntariamente à classe, ainda colocamos a barriga no balcão, cansando o corpo mas alegrando o espírito na sagrada missão de advogar.

A gestão compartilhada multiplica participantes, agrega valor e dilui responsabilidades. Na OAB da Bahia há lugar para todos, absolutamente todos, que queiram contribuir.

Mas se já fizemos muito, há muito ainda por fazer. Estamos iniciando a informatização total dos processos e da administração da sede, a criação de uma TV OAB, a expansão da ESA e de seus cursos presenciais e telepresenciais, a construção de sedes para as Subseções e salas em todos os fóruns, e, ainda, a consolidação do sistema de defesa das prerrogativas e a grande articulação de todas as entidades que compõem o sistema de Justiça estadual para planejar e encontrar soluções para a crise do Judiciário baiano.

Essas cogitações do nome do presidente da OAB da Bahia para contribuir no processo político que se avizinha demonstra credibilidade da instituição, respeitabilidade pessoal e sucesso da gestão que implementamos. Sou grato a todos que pensaram em meu nome, mas, como se pode ver, este é tempo de compromisso com a advocacia.

Um tempo de paixão, coragem e esperança. Paixão pela advocacia, coragem de lutar pela igualdade e pela liberdade — tábuas de nossa vocação, na lição de Ruy — e esperança de que nosso trabalho não seja em vão.

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