Suspeita de suicídio

Morre russo acusado de lavar dinheiro no Corinthians

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23 de março de 2013, 18h10

O empresário russo Boris Berezovsky foi encontrado morto, neste sábado (23/3), aos 67 anos, em Londres, onde vivia exilado. Não há informações sobre as circunstâncias de sua morte e uma das suspeitas é suicídio.

Ex-professor de matemática, Berezovsky montou um império petroleiro e de comunicação, aproveitando-se da onda de privatizações que se seguiu à queda do regime comunista na Rússia. Era tido como homem de confiança do ex-presidente Boris Yeltsin.

Crítico de Vladimir Putin, virou inimigo do governo após a primeira eleição do presidente russo, em 2000. Berezovsky foi processado por apropriação de dinheiro público, além de outros crimes. Com pedido de prisão em seu país, ele morava na Inglaterra, onde recebeu asilo político em 2003.

A morte do magnata acontece poucos meses depois de ele perder um polêmico processo sobre quebra de contrato contra seu conterrâneo, o empresário Roman Abramovich. A batalha nos tribunais ingleses custou 35 milhões de libras a Berezovsky, que precisou arcar com os custos do adversário no processo. As reivindicações da ex-esposa de Berezovsky, Elena Gorbunova, também abateram sua fortuna.

No Brasil
Berezovsky também foi alvo de suspeitas no Brasil. Ele foi acusado pelo Ministério Público Federal por esquema de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, junto de Kia Joorabchian e Nojan Bedroun, durante parceria com o Corithians entre 2004 e 2007. De acordo com a denúncia, Berezovsky seria o dono dos US$ 32 milhões investidos pela empresa MSI no Corinthians durante os três anos — dinheiro de origem criminosa, segundo o MPF.

A denúncia afirmou que a parceria entre a MSI e o clube de futebol paulista foi utilizada para lavagem de dinheiro. Os três acusados administravam o fundo e chegaram a ter a prisão decretada pelo juiz federal Fausto De Sanctis. À época, a defesa dos acusados também conseguiram que o juiz fosse afastado do caso.

De acordo com o advogado do empresário russo no Brasil, Alberto Zacharias Toron, com a morte de Berezovsky, o processo será extinto. A defesa aguardava os procedimentos para interrogatório e outras diligências. Os outros empresários, Kia Joorabchian e Nojan Bedroun, continuam a responder às acusações de lavagem de dinheiro na Justiça.

*Texto alterado no dia 24/3, às 13h13, para acréscimo de informações.

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