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Conheça as armadilhas comportamentais da liderança

Autor

  • Carlos Alberto Bitinas

    é consultor da VOC Gestão e Desenvolvimento de Pessoas palestrante e professor especializado em gestão de pessoas e desenvolvimento organizacional. Graduado em Administração de Empresas e Economia pela Faap Coach Executivo & Pessoal certificado pelo ICI - Integrated Coaching Institute pós-graduado em Gestão Estratégica e Total Quality Management pela FGV-SP e Comunicação Empresarial pela ESPM; foi Executivo em empresas nacionais e multinacionais e professor convidado em cursos de pós-graduação da FGV/GVlaw-SP UNISINOS-RS e IICS/CEU-SP além de vice-presidente do CeaEAE – Centro de Estudos de Administração de Escritórios de Advocacia.

14 de junho de 2013, 12h45

Spacca
Carlos Alberto Bitinas - 03/08/2012 [Spacca]Não são poucos os que se ocupam em criar conceitos e ensinar fórmulas para a boa liderança de pessoas — o que é bom, pois o assunto é importante e, afinal, ninguém nasce sabendo liderar. A liderança é uma competência que pode, e deve ser aprendida e moldada.

Antagonicamente, Peter Drucker, grande pensador da Administração — que curiosamente era formado em Direito — dizia que “passamos muito tempo ensinando aos líderes o que fazer. Não passamos tempo suficiente ensinando aos líderes que comportamento abandonar. Metade dos líderes que conheci não precisa aprender o que fazer. Eles precisam aprender o que parar de fazer”.

Sábio o pensamento de Drucker, pois a liderança é fenômeno de natureza comportamental; não é “ciência exata” estando, portanto, atrelada às características pessoais de quem a exerce.

Os trabalhos de Coaching que realizamos há anos apoiando o desenvolvimento da carreira de centenas de profissionais comprovam que não basta aprender — em muitos casos há que se desaprender.

Não raro, é um árduo caminho de mudança comportamental. E esse caminho contém o que chamo de armadilhas comportamentais. São atitudes, posturas, formas de estabelecer relacionamentos, padrões de comportamento, enfim, que, praticados em maior ou menor intensidade e frequência, se revelam e são nocivos ao convívio organizacional.

O primeiro passo para desarmar essas armadilhas comportamentais é conhecê-las. São distorções crônicas, patológicas, muitas vezes inconscientes, mas que precisam ser banidas. Eis aqui um rol de dez delas:

Autoritarismo: constranger, coagir, intimidar ou até humilhar as pessoas;

Falsidade: fazer uso de mentiras, distorcer a verdade, omitir fatos e informações, inventar e fomentar em prejuízo de outro;

Ladroagem: apoderar-se indevidamente de recursos, ideias e trabalhos para benefício próprio;

Desrespeito: praticar gestos ríspidos, depreciar o próximo, não dar atenção devida, desconfiar por regra e sem motivo;

Arrogância: posicionar-se com soberba, com superioridade aos outros, deixar de controlar e passar a fiscalizar;

Descompromisso: não cumprir regras, não honrar pactos, violar a confiança, não dar feedback;

Covardia: culpar o outro, omitir para proteger-se;

Discriminação: ignorar a diversidade, não dar igualdade a todos, muito menos às minorias e aos menos favorecidos;

Desdém: não dar reconhecimento, minimizar os feitos do outro;

Discórdia: promover a intriga, a desarmonia, a desorientação.

Devemos reconhecer que não é tarefa fácil desarmar essas armadilhas, modificar comportamentos. Mas, e em maior medida, não podemos esquecer que é indispensável fazê-lo.

Menciono Drucker novamente e arrisco dizer que, se vivo, confirmaria a necessidade de aprimoramento contínuo da liderança, pois é dele também a lembrança de que “as únicas coisas que evoluem por vontade própria em uma organização são a desordem, o atrito e o mau desempenho”.

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