Morte de advogado

OAB quer força federal para prender mandantes de crime

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12 de junho de 2013, 19h32

O presidente nacional da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho vai solicitar ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo o envio de força federal para o estado do Pará para capturar os mandantes da morte do advogado Jorge Pimentel, executado a tiros no dia 2 de março junto com o empresário Luciano Capácio, no município de Tomé-Açu.

Segundo a seccional da OAB do Pará, o prefeito de Tomé-Açu, Carlos Vinícios (PMDB), e seu pai, Antônio Carlos Viera, indiciados como mandantes do duplo homicídio, continuam foragidos. O advogado e o empresário foram executados por três pistoleiros quando jantavam em restaurante juntos com amigos. 

“Faremos gestões junto ao ministro da Justiça para levar esse pleito adiante. Garantir o livre exercício profissional e combater a violência são bandeiras de luta do Conselho Federal”, afirmou Furtado Coêlho.

Em ofício enviado ao Conselho Federal da OAB, o presidente da seccional do Pará, Jarbas Vasconcelos informa que, após mais de três meses do assassinato, a Polícia Civil do Pará não foi capaz de capturar os mandantes.

"Assim sendo, vigilantes no esclarecimento dos fatos e responsabilização dos autores por dever de ofício, requeremos a vossa senhoria que oficie com urgência ao ministro da Justiça a fim de que disponibilize Força Federal ao estado do Pará, para fins de captura dos mandantes Carlos Vinícios e Antônio Carlos Vieira", diz o ofício assinado pelo presidente da OAB-PA..

Familiares das vítimas denunciam que Vinícios continua administrando a cidade por meio de bilhetes e telefonemas. Os parentes também apontam que o Poder Legislativo local se omite em não afastar o prefeito foragido.

O diretor do Departamento de Polícia do Interior do Pará, delegado Sílvio Maués, disse que as investigações para captura dos investigados pelos homicídios são feitas pela polícia judiciária do estado de forma ininterrupta, de forma a cumprir os mandados de prisão expedidos contra os acusados.

"É importante que se entenda que a investigação segue o tempo da investigação, não a pretensão de quem investiga ou de terceiros em ter um crime elucidado dentro de prazos que acredite ser razoável para sua conclusão", disse Maués.

De acordo com as investigações feitas pela Polícia Civil, o crime teria sido motivado por uma disputa política. Advogado do PSDB, Pimentel intermediava a transferência de Luciano Capácio do PMDB — partido de Carlos Vinícios — para a legenda tucana.

Nas negociações, Luciano apoiaria o ex-prefeito tucano Francisco Eudes na disputa por uma vaga a deputado estadual nas eleições de 2014. Em troca, Luciano teria o apoio de Eudes na eleição para prefeito em 2016. Segundo a Polícia Civil, o acordo teria desagradado Carlos Vinícios e, por isso, encomendou a morte de seu correligionário. Com informações da Assessoria de Imprensa da OAB.

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