À margem da lei

EUA teriam monitorado escritório da União Europeia

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1 de julho de 2013, 7h03

A revista semanal alemã Der Spiegel revelou em sua edição mais recente que serviços de inteligência do governo norte-americano grampearam linhas telefônicas e a rede interna de computadores dos escritórios da União Europeia nos EUA. A notícia já provocou reações, neste domingo, do presidente do Parlamento da União Europeia, Martin Schulz, que exigiu “plenos esclarecimentos” por parte do governo dos Estados Unidos sobre a denúncia. As informações são do jornal The Guardian.

Martin Schulz disse que, se os fatos alegados pela publicação se mostrarem verdadeiros, eles terão um "grave impacto" nas relações bilaterais entre a UE e os EUA. A revista cita um conjunto de documentos secretos da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês),dos EUA, datados cronologicamente desde setembro de 2010, que estariam em posse do ex-colaborador do NSA, Edward Snowden e os quais os repórteres da revista alemã tiveram acesso parcial.

A reportagem de Der Spiegel não detalha que tipo de informações os agentes da NSA buscavam ao monitorar clandestinamente as comunicações internas da representação da UE no país e nem o que motivou a iniciativa, mas segundo os repórteres que tiveram acesso aos documentos, havia um relatório de e-mails e chamadas telefônicas, além do fato de a agência da UE ser qualificada como “alvo” nos documentos sigilosos.

"Estou profundamente preocupado e chocado com alegações de que autoridades americanas têm espionado escritórios da União Europeia. Se forem comprovadas, será algo dramático que terá um grave impacto nas relações EU-EUA”, disse Schulz neste domingo. "Em nome do Parlamento Euroupeu, eu exijo plenos esclarecimentos, além de requisitar que as autoridades dos EUA prestem rapidamente todas as informações relativas ao caso”.

O primeiro ministro de Luxemburgo, Estado-sede do Parlamento europeu, Jean Asselborn, disse à reportagem da Der Spiegel que “se os fatos narrados pela revista forem verdadeiros, isto é nojeto”. Para Asselborn, “seria melhor que os Estados Unidos monitorassem seu próprio serviço secreto ao invés dos seus aliados”.

É mais uma série de documentos vazados pelo norte-americano Edward Snowden, ex-técnico da área de tecnologia contratado pelo NSA, que revelou, semanas atrás, ao jornal inglês The Guardian detalhes sobre iniciativas do governo americano de monitorar a comunicação por telefones e computatodores de cidadãos, não só dos EUA, mas de todo o mundo. De acordo com as últimas informações, Snowden viajou para Hong Kong poucas semanas antes da publicação do primeiro da série materiais repassados ao periódico do Reino Unido. Atualmente ele estaria em uma área de trânsito do aeroporto de Moscou, aguardando  autorizações de alguns países para poder exilar-se, entre eles o Equador, que não tem tratado de extradição com os EUA.

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