Homem do mundo

Arnoldo Wald completa 60 anos de advocacia

Autor

27 de janeiro de 2013, 9h10

Divulgação
Em 2013, o professor e advogado Arnoldo Wald, considerado pioneiro e referência na arbitragem brasileira, completa 60 anos de atuação na advocacia, contribuindo para o aperfeiçoamento do Direito brasileiro. Um dos advogados mais atuantes nos principais tribunais do país, Wald é constantemente citado em decisões. Uma pesquisa simples no site do Supremo Tribunal Federal, aponta mais de 290 acórdãos e decisões monocráticas com o nome de Wald — tanto como parte quanto em citações de ministros.

Wald é sócio fundador do escritório Wald Associados Advogados. Formou-se bacharel em Direito pela Faculdade Nacional de Direito no Rio de Janeiro, formado em 1953, Doutor em Direito pela mesma faculdade em 1956 e Doutor Honoris Causa da Universidade de Paris II em 1998. 

Wald foi um dos primeiros a discutir a maior integração entre as faculdades de Direito e a prática comum ao dia a dia dos escritórios, tema que abordou em seminário organizado por ele em 1967, no Instituto dos Advogados do Brasil. "A faculdade de Direito não preparava o estudante para o exercício da profissão, que era uma segunda experiência que o advogado tinha que adquirir nos escritórios e estágios ", conta ele. No seminário, Wald, ao lado dos professores Caio Tácito e José Pereira Lira, desenvolveram a ideia de um ensino com mais diálogo com o mercado. 

Por exercer a sua competência em, pelo menos, dois continentes — Europeu e Americano — Wald é considerado “homem do mundo”, pela ex-presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo, Ivette Senise Ferreira. Para assegurar essa colaboração e intercâmbio do Direito entre o Brasil e a comunidade internacional, Wald ingressou como membro da Academia Internationale de Droit Compare (Academia Internacional de Direito Comparado) e da Société de Législation Comparée (Sociedade de Legislação Comparada), na França. Desde 2003, atua como membro da Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional. Atingiu a presidência da Comissão de Arbitragem do Comitê Brasileiro e é vice-presidente do Comitê Brasileiro da Câmara de Comércio Internacional. 

A carreira como professor começou em 1954, na Faculdade Nacional de Direito, logo depois na UFRJ, na Gama Filho e na Faculdade de Direito de Niterói. Wald chegou a lecionar em quatro escolas enquanto advogava. Uma das principais preocupações, como professor, era trazer para as faculdades o estudo da jurisprudência. "Havia, na época, um divórcio entre a doutrina e a jurisprudência." Em 1959, Wald publicou a obra Curso de Direito Civil. 

No fim de 2012, foi homenageado pelo Iasp, durante o Fórum do Direito do Desenvolvimento Sustentável. O evento reuniu um seleto grupo de juristas brasileiros, como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, os ministros aposentados do Supremo, Sydney Sanches e Ellen Gracie, e os ministros do Superior Tribunal de Justiça, Ricardo Villas Bôas Cuevas e Eliana Calmon. 

No evento, Wald foi homenageado também por sua colaboração Conselho Deliberativo do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), para o qual foi eleito por dois triênios, de 2006 até 2011, quando passou de associado efetivo para associado emérito. 

Autor de centenas de artigos, numerosas obras jurídicas, Wald é muito lembrado pela obra Mandado de Segurança e Ações Constitucionais de Hely Lopes Meirelles em que é autor-atualizador junto com o ministro Gilmar Mendes. Este livro, originalmente lançado em 1967, já está na 34ª edição e vem sendo atualizado pelos professores Wald e Gilmar Mendes desde a 14ª edição.  

Hoje, o advogado é coordenador da Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais e da Revista de Arbitragem e Mediação (ambas publicadas pela Editora Revista dos Tribunais). A primeira obra, que já foi dirigida por Wald, atingiu o topo da qualificação Qualis da Capes.  

"Amigo, mestre, ilustre e preciosa figura de advogado, professor, acadêmico, jurista e especialista em praticamente todas as áreas do Direito, nas quais ele já demonstrou a sua competência na sua participação", descreveu-o Ivette Senise, do Iasp.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!