Renúncia papal

Papa Bento XVI renunciará no fim do mês

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11 de fevereiro de 2013, 13h29

O papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira (11/2) que irá renunciar ao pontificado em 28 de fevereiro. A notícia foi confirmada ainda pela manhã pelo Vaticano. Joseph Alois Ratzinger deixará, de fato, o comando da Igreja Católica Apostólica Romana no fim do mês. O próprio papa anunciou sua decisão pessoalmente, em latim, durante consistório para a canonização de três mártires. É a primeira vez que um papa renuncia em quase 600 anos.

Embora ele não tenha entrado em detalhes, problemas de saúde decorrentes da idade avançada e “o peso da responsabilidade” foram as justificativas apresentadas por Bento XVI para encerrar um papado que deve durar menos de oito anos. Aos 85 anos, Bento XVI diz que se afasta do cargo “pelo bem da Igreja Católica". Apesar de o Vaticano ainda não ter se manifestado a respeito dos procedimentos envolvendo a eleição de um novo papa, é esperado que seja realizado um conclave, a fim de se escolher o novo líder da Igreja Católica.

“Depois de ter repetidamente examinado minha consciência diante de Deus, eu tomei a decisão porque minhas forças, devido à idade avançada, não mais são adequadas ao exercício do ministério petrino”, disse o papa, pegando a todos de surpresa durante a cerimônia de canonização.

“Por esta razão, e bem consciente da gravidade deste ato, com total liberdade declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, a mim confiado pelos cardeais em 19 de abril de 2005”, anunciou.

De forte verve erudita, considerado um teólogo conservador e autor de estudos densos sobre o cristianismo, Ratzinger foi um dos cardeias mais idosos a se tornar papa. Nasceu em abril de 1927 em Marktl am Inn, vila integrante do estado da Baviera, na Alemanha.

Durante o papado, Bento XVI redigiu, ao todo, três cartas encíclicas: Deus caritas est (Deus é caridade, de 2005), Spe salvi (Salvos pela esperança, de 2007), na qual atacou o cristinaismo moderno e materialismo do século 21, e Caritas in veritate (Na caridade e na verdade, de 2009). O papa é autor ainda de uma trilogia sobre a vida de Jesus Cristo, que se tornou um sucesso de vendas no mundo inteiro e foi publicada no Brasil pela editora Planeta.

Em 2011, o cineasta italiano Nanni Moretti lançou o controverso filme Habemus Pappam, que satirizava os bastidores da eleição de um papa que não queria assumir. O filme estreou há quase dois anos sob risco de boicote do próprio Vaticano. Leia aqui a entrevista como o diretor Nanni Moretti, transmitida pelo programa Milênio, da Globo News, e reproduzida pela ConJur.

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