Onze por cento

Ex-ministro italiano investigado cita Nelson Jobim

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24 de outubro de 2012, 20h06

O ministro italiano de Desenvolvimento Econômico no governo de Silvio Berlusconi, Claudio Scajola, está sendo investigado pelo suposto recebimento de comissões ilegais na mediação da venda de 11 navios militares ao governo brasileiro, informou nesta quarta-feira (24/10) o jornal Corriere della Sera. O pagamento de propina teria sido feito também por representantes dos governos da Índia, Panamá, Indonésia e Rússia. No caso do Brasil, o jornal italiano cita o ex-ministro de Defesa Nelson Jobim.

As revelações foram feitas por Lorenzo Borgogni, ex-diretor de Relações Institucionais da empresa Finmecanica, que é controlada pelo Estado italiano, aos juízes de instrução Vincenzo Piscitelli e Henry John Woodcock. Segundo Borgogni, "o canal entre a Itália e o Brasil era o próprio ministro Scajola, já que este, apesar de não ser titular da pasta de Indústria, tinha uma boa relação com o então ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim".

"Se fechasse a venda dos 11 barcos (cinco fragatas, cinco escoltas e um navio de apoio), por um total de uns 5 bilhões euros, aproximadamente 11% deste valor seria destinado a Scajola e a Jobim, entre outros", publicou o Corriere della Sera.

O ex-presidente da Finmeccanica Pierfrancesco Guarguaglini, que renunciou ao seu cargo em dezembro de 2011 após a publicação de alguns escândalos vinculados a sua gestão, "estava disposto a pagar uma percentagem máxima de 3% do valor da venda".

"Esta percentagem seria paga através de um contrato estipulado com uma agência no Brasil e pago a uma pessoa indicada pelo ministro Jobim", revelou Paolo Pozzessere, outro depoente ouvido no inquérito conduzido pelos juízes. Segundo o jornal, a venda dos navios não foi concluída.

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