Reportagem contra coronel

MP vai investigar ameaças a jornalista da Folha

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12 de outubro de 2012, 3h04

O Ministério Público do estado de São Paulo instaurou, no dia 10 de setembro, um procedimento investigatório para apurar ameaças supostamente cometidas por policiais civis e militares contra o jornalista André Caramante, do Jornal Folha de S.Paulo.

O procedimento, instaurado pelo promotor de justiça Antônio Benedito Ribeiro Pinto Júnior, visa dar prosseguimento a uma representação do jornalista, que alega estar sendo ameaçado devido a sua atuação profissional.

Um dos autores da ameaça teria telefonado para a redação do jornal Folha de S.Paulo no dia 28 de agosto e dito “que iria mandar o Caramante para o inferno” e que ele deveria “ter cuidado com os seus filhos”. Na outra ligação, feita no mesmo dia, o autor da ameaça dizia: “Quero deixar um recado para o André Caramante. Para ele deixar a polícia trabalhar em paz ou os filhos dele vão estudar no tacho do inferno”. As informações são confirmadas pelos funcionários responsáveis pelo atendimento telefônico da empresa, segundo o MP.

Na representação enviada ao Ministério Público, o jornalista incluiu mensagens e postagens em blogs e redes sociais que comprovam as ameaças sofridas. No dia 24 de setembro, o Ministério Público de São Paulo oficiou a operadora Vivo, solicitando os dados cadastrais do número identificado em algumas das ligações de ameaça feitas pelo celular.

As ameaças ao jornalista foram feitas depois de ele ter publicado uma reportagem com declarações do ex-chefe da Rota Paulo Telhada. Intitulada “Ex-chefe da Rota vira político e prega a violência no Facebook”, a reportagem foi publicada dia 14 de julho deste ano.

Candidato a vereador pelo PSDB, Telhada recebeu mais de 89 mil votos e foi o quinto vereador mais votado pelos eleitores de São Paulo. Ele teve a candidatura contestada pelo Ministério Público Eleitoral. Segundo o portal Terra, o promotor Fabiano Augustor Petean confirmou a impugnação por propaganda irregular e conteúdo que poderia incitar a violência. O processo ainda aguarda julgamento. Com informações da Assessoria de Imprensa do Ministério Público do Estado de São Paulo.

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