Divulgação de dados

OAB Nacional cria sua Comissão da Verdade

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8 de outubro de 2012, 19h26

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil anunciou, nesta segunda-feira (8/10), a criação de sua Comissão da Verdade, destinada a contribuir com os trabalhos da comissão do mesmo nome criada pelo governo federal e instalada em maio deste ano com objetivo de apurar violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, com destaque para o período da ditadura militar (1964-1985). O presidente da Ordem, Ophir Cavalcante, fez o comunicado após visita à Comissão Nacional da Verdade, reunida no prédio do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília. Ele informou que os membros da Comissão da Verdade da OAB Nacional serão designados nos próximos dias.

“Consideramos que os advogados brasileiros têm muito a contribuir para o resgate da história deste país. Os advogados que trabalharam no período da ditadura defendendo os presos políticos têm seus acervos, suas anotações históricas e, certamente, muitos dados que podem ser divulgados para a sociedade brasileira em colaboração com a Comissão Nacional da Verdade”, disse o presidente nacional da OAB. Ele foi recebido pelos membros da comissão Cláudio Fonteles (coordenador interino); José Carlos Dias, José Paulo Cavalcanti Filho e Rosa Cardoso. O coordenador da comissão, ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça, não pode comparecer por se encontrar em tratamento de saúde.

Ophir Cavalcante informou que, além de subsidiar os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, contribuindo para o resgate histórico da cidadania, a Comissão do Conselho Federal da OAB pretende estimular o surgimento de comissões congêneres nas seccionais e principais subseções da entidade no país. A seccional paulista já criou uma Comissão da Verdade em junho deste ano.

O advogado e ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, membro da Comissão Nacional da Verdade, também falou a jornalistas sobre a reunião com o presidente nacional da OAB. “Trata-se de uma parceria muito importante e, com ela, temos a possibilidade de fundir nossa expectativa de coleta de dados e de informações. Como ex-advogado de preso político, posso dizer que todos nós possuímos em nossos arquivos elementos que são importantes e que podem ser carreados para ajudar a Comissão Nacional da Verdade a procurar desvendar esse período da história brasileira”, disse ele.

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