Justiça nas eleições

Números indicam que mensalão não afetou PT

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8 de outubro de 2012, 10h35

Os números das eleições municipais demonstram que o julgamento do processo do mensalão, a Ação Penal 470, pelo Supremo Tribunal Federal não teve influência na decisão do eleitor na hora de votar. Enquanto alguns de seus mais representativos líderes do passado são execrados por supostos malfeitos também do passado, o Partido dos Trabalhadores saiu da votação maior do que entrou.

Em número total de votos, o PT conquistou agora 4,3% mais sufrágios do que em 2008. Passou de 16,5 milhões para 17,2 milhões. Foi a maior votação acumulada do país e o PT foi  único dos grandes partidos que cresceu nesse quesito. O PMDB, que em 2008 teve 18,5 milhões de votos, agora ficou atrás do  PT, com 16,7 milhões, uma queda de quase 10%. O PSDB também diminuiu (4,3%) assim como o DEM, que desidratou 51% dos votos ganhos em 2008. O PSD, o partido do prefeito Kassab de São Paulo, estreou nestas eleições com surpreendentes 5,8 milhões de votos, o que o deixa em quarto lugar no ranking dos maiores partidos do país, atrás apenas de PT, PMDB e PSDB.

Em número de prefeitos eleitos, o PT também não tem do que reclamar. Passou de 550 em 2008 para 624 agora. O PMDB continua ainda em primeiro lugar no ranking com o mandato em  1.017 municípios, mas perdeu terreno em relação a 2008, quando elegeu 1.193 prefeitos. O  PSDB manteve o segundo lugar, com 688 eleitos, mas perdeu terreno também, em relação às eleições de quatro anos atrás. O PSD, do prefeito paulistano Kassb, herdou o quarto lugar do DEM, que lhe deu origem, e elegeu 491 prefeitos. Já o DEM perdeu cinco posições e ficou apenas em nono lugar, com 271 prefeitos eleitos.

Em número de habitantes que governará, o PMDB também tem a hegemonia. Com domínio sobre 18,55% dos municípios, ele governará 28 milhões de pessoas, o equivalente a 19,62% da população brasileira. O PT ocupa o segundo lugar nesse quesito, e exercerá o governo sobre 21,55 milhões de cidadãos (15% da população,  embora domine apenas 11,38% das prefeituras). Em terceiro lugar está o PSDB, que governará 19 milhões de pessoas (13,28% da população, embora tenha 12,55% da população). O quarto lugar é ocupado pelo PSB, que tem seu reduto principalmente nas grandes cidades. Ele já garantiu o mandato sobre 10,2 milhões de pessoas (7,13% da população e 7,94% das cidades). 

A distribuição da população pelos partidos está sujeita a grandes alterações, tendo em vista que 50 das 5.568 cidades só definirão seus prefeitos no segundo turno, no dia 28 de outubro. E são as maiores: juntas elas somam 31 milhões (22%) de eleitores.

A mesma ressalva deve ser feita a respeito do PIB que estará sob controle de cada partido. Por enquanto, O PMDB é o líder acumulando R$ 48 bilhões de riquezas das cidades que irá governar. O PT mantém o segundo lugar com R$ 34 bilhões e o PSDB o terceiro com R$ 31,5 bilhões. Com uma receita orçamentária de R$ 35 bilhões, São Paulo só decidirá no segundo turno se terá um governo do PSDB, com José Serra, ou do PT com Fernando Haddad. Poderá definir, então, qual dos dois partidos terá maior receita em suas mãos nos próximos quatro anos. 

O presidente do Supremo Tribunal Federal e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Brito, cumprimentou a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, presidente do TSE, por sua devoção e competência na condução do processo eleitoral deste ano. Ele destacou a prova de maturidade, o espírito democrático, a competência administrativa e o refinamento tecnológico apresentados na eleição de 2012.

O que cada partido conquistou em 2012
Partido Total de votos (em milhões) Prefeitos eleitos População (%) Receita (bilhões de R$)
PT 17,25 625 15,14 34,86
PMDB 16,68 1.017 19,61 48,00
PSDB 13,91 688 13,27 31,50
PSB 8,58 435 10,34 22,76
PDT 6,24 308 6,38 15,29
PSD 5,81 491 7,12 14,39
PP 5,37 464 5,98 13,82
DEM 4,53 271 3,89 9,58
PTB 4,04 293 3,83 8,45
PR 3,74 271 3,63 6,33
PPS   118 2,08 5,19

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