Qualidade dos empregos

Normas trabalhistas auxiliam recuperação, diz OIT

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1 de outubro de 2012, 19h31

As normas internacionais do trabalho devem ser resguardadas e promovidas se queremos que o mundo se recupere da crise econômica e do emprego, advertiu o novo Diretor Geral da Organização Internacional do Trabalho, Guy Ryder.

Em sua primeira entrevista desde que assumiu a direção da OIT, Ryder reconheceu que a prioridade para os desempregados é encontrar um trabalho, mas acrescentou que a qualidade do emprego também é uma questão crucial, não somente para os indivíduos mas também para a economia mundial: "Os direitos no trabalho são indispensáveis para a recuperação. Penso que não devemos deixar-nos guiar pela convicção de que criar mais empregos significa renunciar às normas internacionais do trabalho".

Segundo Ryder, estatísticas mostram que a metade dos lares pobres da Europa depende de somente um trabalhador assalariado na família. Isto, declarou, enfatiza a importância de criar mais empregos de boa qualidade: "As normas estabelecem as regras do jogo da economia mundial e constituem uma parte muito importante da saída desta crise".

Com 200 milhões de pessoas desempregadas no mundo, as políticas nacionais e internacionais, afirmou Ryder, devem concentrar-se na criação de emprego como objetivo prioritário ao enfrentar a crise econômica mundial. Mas as soluções para a crise devem ser negociadas e acordadas como parte do processo de diálogo social. Segundo o Diretor Geral da OIT, as pessoas estão muito mais propensas a encontrar soluções para os seus problemas se elas participam da busca ao invés de seguir a decisão dos outros.

"Esta crise deve ser enfrentada na escala em que se apresenta: em nível global. Devemos desenvolver soluções globais. Ao final das contas, não haverá soluções sustentáveis a uma crise mundial", acrescentou.

Emprego juvenil
Ryder falou também sobre a situação do desemprego juvenil e disse que os jovens devem receber atenção especial a fim de melhorar a crise mundial do desemprego juvenil. Atualmente, 75 milhões de jovens estão sem trabalho no mundo: "A evidência demonstra que se um jovem permanece sem emprego por um ano ou mais ao começo de sua carreira, isso o afetará ao longo de toda a sua vida profissional. Para a maioria destes jovens não existe volta. De maneira que devemos atuar com urgência”. Com informações da Assessoria de Imprensa da OIT Brasil.

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