Novas medidas

Samsung vai combater violações trabalhistas

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27 de novembro de 2012, 12h05

A Samsung anunciou novas medidas para manter seus fornecedores na China em conformidade com as leis trabalhistas locais. A medida foi tomada após a fabricante ter concluído uma rodada de auditorias que encontrou problemas relativos a horas extras e penalidades. As informações são do IDG News.

A empresa sul-coreana fez inspeções em todos os seus 105 fornecedores na China, em uma investigação que abrangeu mais de 65 mil empregados, afirmou em um comunicado. A companhia ficou sob investigação agosto, quando um grupo de fiscalização de trabalho alegou que um de seus fornecedores na China havia contratado sete trabalhadores abaixo da idade legal de trabalho de 16 anos.

A Samsung disse que não encontrou trabalhadores menores de idade em sua recente auditoria. Mas a empresa encontrou "exemplos de práticas inadequadas nas instalações". As horas extras, por exemplo, eram praticadas além das normas trabalhistas chinesas e a fabricante encontrou ainda um sistema para impor multas por faltas e atrasos por parte dos trabalhadores.

Campbell Graham, porta-voz da Samsung, recusou-se a quantificar a dimensão dos problemas, mas disse que a organização encontrou evidências de violações em "alguns" fornecedores.

Entre as medidas corretivas que a Samsung está tomando está a exigência de que seus fornecedores adotem um rodada de novas contratações imediatamente para filtrar os trabalhadores menores de idade. Isso envolve entrevistas com todos os candidatos pessoalmente antes da contratação e o uso de dispositivos por parte dos fornecedores que podem detectar identidades falsas, disse a Samsung.

Até o final deste ano, os fornecedores também devem "corrigir irregularidades nos contratos de trabalho", e distribuir uma cópia a todos os funcionários, afirmou a companhia em comunicado. O sistema de multa que os fornecedores estavam usando também foi abolido. Além disso, a Samsung vai estabelecer linhas telefônicas diretas para que os trabalhadores possam denunciar violações trabalhistas à empresa de forma anônima.

Para reduzir as horas extras, a Samsung disse que está “pesquisando e desenvolvendo medidas que eliminarão horas para além dos limites legais até o final de 2014". A empresa também apontou que vai apoiar financeiramente seus fornecedores para que eles possam investir em equipamentos e contratar mais trabalhadores.

Além das inspeções feitas em todas as plantas, a Samsung também está revisando a documentação de 144 empresas fornecedoras na China. A revisão será concluída até o final deste ano.

O grupo de proteção ao trabalho China Labor Watch, que descobriu a existência de trabalhadores menores de idade em um fornecedor da Samsung em agosto, questionou o rigor da investigação da empresa.

"Em outubro e novembro o China Labor Watch descobriu sérios problemas com horas extras", relatou Li Qiang, fundador do grupo, em um e-mail. Em setembro, o China Labor Watch acusou a Samsung de "violações ilegais e desumanas" em suas fábricas na China, e disse que as horas extras nas instalações poderiam atingir ou ultrapassar cem horas por mês. A lei chinesa proíbe atualmente horas extras que excedam 36 horas por mês.

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