Júri popular

Começa nesta segunda o julgamento de Carla Cepollina

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5 de novembro de 2012, 10h46

A Justiça criminal de São Paulo começa a julgar, nesta segunda-feira (5/11), a advogada Carla Cepollina, acusada pelo assassinato de seu namorado, o coronel da reserva da Polícia Militar e deputado estadual Ubiratan Guimarães, na capital paulista, em 2006. Ubiratan foi o comandante do massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992. Ele foi baleado em seu apartamento, em São Paulo, no dia 9 de setembro de 2006. As informações são do portal UOL.

O júri popular da advogada estava marcado para 28 de agosto deste ano, mas acabou transferido para as 13h desta segunda por causa da indisponibilidade do plenário 10 do Fórum da Barra Funda, em São Paulo, naquela data. A sala onde será feito o julgamento é a mesma onde ocorreu o julgamento do caso Richthofen, em 2006. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, a estimativa é que o júri popular se estenda por cinco dias — a sala está reservada até o próximo dia 9.

A advogada responde ao processo em liberdade. Desde o início da acusação, ela diz ser inocente.

Na última quarta-feira (31/10), o juiz do caso, Bruno Ronchetti de Castro, do 1º Tribunal do Júri da Capital, negou pedido de adiamento de julgamento apresentado em conjunto pela defesa da acusada e pela Assistência de Acusação. Ambas as partes alegavam necessitar de mais tempo para elaboração das estratégias de acusação e defesa. O juiz afirmou que o interesse das partes não pode prevalecer sobre o interesse público.

“O Poder Judiciário não pode se curvar aos interesses particulares ou às vontades das partes para que o julgamento ocorra somente quando elas bem entenderem. Acima dos interesses particulares das partes há um interesse bem maior, de toda a Nação”, afirmou Castro, em despacho.

A reportagem do UOL tentou falar com o advogado de defesa de Carla, Eugênio Carlo Balliano Malavasi, mas não conseguiu contato.

Segundo o Ministério Público, Carla matou Ubiratan no apartamento dele, na região dos Jardins, na noite do dia 9 de setembro de 2006. Ela tinha 40 anos na época do crime e a vítima, 63. Para a Promotoria, a acusada matou o namorado com um tiro no abdômen disparado por uma das armas da própria vítima — um revólver calibre 38 que jamais foi encontrado.

Acusação
De acordo com a acusação do Ministério Público, Carla teria disparado contra o policial depois de uma discussão motivada por ciúme. Ela teria atendido um telefonema feminino na casa do namorado e atirou, conforme a denúncia, por ele ter rompido o relacionamento com ela. Além disso, sustenta o MP, a advogada foi a última pessoa a deixar o prédio do coronel Ubiratan.

O corpo da vítima foi localizado por assessores dele no dia 10 de setembro de 2006. Intimada a depor já no dia seguinte, a advogada admitiu a discussão, mas negou ter praticado o assassinato.

Como a Promotoria entendeu que o motivo do crime foi fútil e sem condições de defesa para a vítima, Carla é processada por homicídio duplamente qualificado.

O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) a indiciou pela morte do policial no dia 27 de setembro daquele ano. A decisão para que ela fosse a júri popular saiu em junho de 2010 por parte da Câmara Criminal do TJ-SP.

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