Namorada suspeita

Acusada de matar coronel Ubiratan vai a júri em agosto

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24 de maio de 2012, 20h23

O Tribunal de Justiça de São Paulo informou nesta quinta-feira (24/5) que o julgamento da advogada Carla Cepollina, acusada de matar seu namorado, o coronel da reserva da Polícia Militar Ubiratan Guimarães, será realizado no dia 28 de agosto, quase seis anos após o crime. Por determinação da Justiça em 2010, Carla irá a júri popular. O julgamento ocorrerá no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, a partir das 13h. O juiz do caso será Bruno Rochetti de Castro. A notícia é do portal Terra.

O assassinato ocorreu em setembro de 2006, quando Ubiratan e Carla namoravam. Segundo o Ministério Público, a ré matou o coronel após uma discussão motivada por ciúmes. Carla, acusada de homicídio duplamente qualificado, responde ao processo em liberdade.

A decisão da Justiça em levar a ré a júri popular foi definida em segunda instância. A determinação contrariou entendimento da Justiça em primeira instância, que decidiu, em outubro de 2008, que a advogada não iria a julgamento, por considerar que não havia provas suficientes contra ela.

A defesa de Carla entrou com recurso no Superior Tribunal de Justiça contra a decisão de pronúncia do TJ que levou a acusada a júri.

Em setembro de 2006, Ubiratan foi encontrado morto com um tiro no abdômen em seu apartamento no bairro paulistano dos Jardins. A vítima, de 63 anos, era coronel da reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo, onde atuou por mais de três décadas. À época do crime, Ubiratan era deputado estadual, candidato à reeleição.

O coronel também era o comandante da invasão ao presídio do Carandiru em 1992, que resultou na morte de 111 presos. Devido ao massacre, Ubiratan chegou a ser condenado a 632 anos de prisão, mas em fevereiro de 2006 o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou recurso e o absolveu. A decisão gerou protestos de órgãos nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos.

O argumento de que o coronel agiu no "estrito cumprimento do dever" ao dar a ordem para que os policiais militares invadissem o pavilhão 9 do Carandiru foi aceito pelos desembargadores do Órgão Especial do TJ-SP.

Ubiratan foi acusado de excesso ao reprimir a rebelião na penitenciária e apontado como responsável direto por 102 mortes.

O coronel passou por todos os postos da hierarquia militar, sempre preferindo as unidades de policiamento nas ruas: Comandante do 1º Batalhão de Choque (Rota), do Regimento de Cavalaria 9 de Julho e do Policiamento Metropolitano.

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