Surto de terrorismo

Peluso pede apuração rigorosa do atentado no Fórum

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12 de janeiro de 2012, 18h39

Uma bomba que estava dentro de uma caixa com pregos e esferas de chumbos explodiu no início da tarde desta quinta-feira (12/1) no Fórum de Rio Claro, interior de São Paulo. De acordo com informações do Tribunal de Justiça paulista, a caixa, destinada à Cyntia Andraus Carreta, diretora do Fórum, foi recebida às 13h15 e explodiu quando dois funcionários a abriram. Feridos, os dois foram socorridos e levados para a Santa Casa pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Diante do acontecimento, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, divulgou nota em que classifica o ato como "criminoso" e "abominável" e pediu apuração rigorosa. "São fatos graves que dilaceram o tecido social e o Estado Democrático de direito", afirmou o ministro.

"É inadmissível a trágica repetição de sucessivos ataques à independência de magistrados e servidores que, no ano passado, chegaram ao extremo do assassinato da juíza Patrícia Acioli", escreveu o ministro. Segundo Peluso, o incêndio no Fórum de Nova Serrana (MG), no início do ano, já "prenunciava o surto específico de terrorismo".

A OAB-SP também divulgou nota declarando solidariedade. O presidente Flávio Borges D’Urso afirma que "o ato teve um simbolismo forte, pois o Judiciário é um poder desarmado". 

Leia a nota do presidente do Supremo, Cezar Peluso
"Como presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, e, em nome de todo o Poder Judiciário, repudio mais esse criminoso, abominável e violento atentado contra membros da instituição. É inadmissível a trágica repetição de sucessivos ataques à independência de magistrados e servidores que, no ano passado, chegaram ao extremo do assassinato da juíza Patrícia Acioli.

O Estado e a sociedade não podem tolerar que, poucos dias após o início deste novo ano, seja o Judiciário, pela terceira vez, covardemente golpeado por terroristas que, aproveitando-se de artificioso e injusto clima de hostilidade à instituição como um todo, pretendem transtornar e impedir o trabalho de juízes e servidores, essencial à vida civilizada, à segurança coletiva e à dinâmica da ordem jurídica democrática.

Já no dia 2 de janeiro, incêndio criminoso no Fórum de Nova Serrana, MG, prenunciava o surto específico de terrorismo, agravado pelo atentado, ocorrido no dia 4, contra familiares de magistrada do Ceará e, agora, pela explosão de uma bomba no Fórum de Rio Claro, SP.

São fatos graves que dilaceram o tecido social e o Estado Democrático de direito.

É, pois, urgente a necessidade de apuração e punição rigorosa dos responsáveis por esses atos de vandalismo e barbárie, que, apesar de tudo, não conseguirão, como nunca conseguiram, em momento algum, intimidar os membros do Poder Judiciário no fiel cumprimento de seus deveres funcionais." 

Leia a nota da OAB
Ao ser informado sobre  a detonação de uma bomba no Fórum de Rio Claro, nesta quinta-feira (12/1),  que feriu dois funcionários da Justiça e estaria endereçada a uma juíza, o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, lamentou o ocorrido. “Todo ato de violência praticado dentro de um prédio do Judiciário tem um simbolismo forte, porque a Justiça é um poder desarmado, destinado a assegurar os direitos do cidadão.  Portanto, faz-se necessário que as autoridades apurem os fatos com rapidez para garantir a segurança do jurisdicionado e dos operadores do Direito. A OAB-SP repudia esse ato de violência e empenha sua solidariedade às vítimas, juízes e servidores do Judiciário Estadual”.

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