Vida de ministra

"Tenho trabalhado 18 horas por dia", afirma Cármen Lúcia

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8 de agosto de 2012, 0h15

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, reagiu na noite desta terça-feira (7/8) às críticas que advogados fizeram pelo fato de ela ter deixado a sessão de julgamento da Ação Penal 470, o chamado processo do mensalão, para cumprir compromissos no Tribunal Superior Eleitoral. Cármen é presidente do TSE.

Cármen Lúcia disse que vem trabalhando ininterruptamente para dar conta de todas as suas obrigações e atender à demanda do Supremo e do TSE. “Estou dando tudo o que posso. O que não posso é deixar de assumir integralmente a responsabilidade do processo eleitoral”, afirmou a ministra.

Os advogados pediram a suspensão da sessão do STF por conta da saída da ministra (clique aqui para ler a reportagem), mas o pedido foi rejeitado pelo tribunal. Muitos advogados comentaram que a ausência fere as prerrogativas da defesa.

“Hoje, estamos a exatos 60 dias das eleições. Por isso, estou compatibilizando minhas funções no STF e no TSE, trabalhando 18 horas por dia, inclusive aos sábados e domingos”, contou. Soma-se à carga de trabalho a ameaça de greve de servidores da Justiça Eleitoral que a ministra tem tentado contornar.

Em meio ao estudo das mais de 60 mil páginas do processo do mensalão, a ministra despacha no TSE aos finais de semana. No último sábado (4/8), recebeu em casa seus assessores e depois foi ao TSE, onde ficou das 15h às 20h40. No domingo cedo já estava no Supremo, onde ficou das 9h às 14h para resolver questões administrativas da Justiça Eleitoral com assessores diretos e com o diretor-geral do TSE.

Na segunda-feira, os assessores se deslocaram do TSE para o Supremo durante todo o dia para despachar com Cármen Lúcia e, nesta terça, a ministra participou de julgamento na 1ª Turma, que começou às 9h, da primeira parte da sessão plenária no Supremo e, de noite, presidiu a sessão do TSE.

Como presidente do tribunal, Cármen Lúcia tem de sair um pouco mais cedo das sessões para organizar a parte administrativa dos julgamentos. E, quando não há sessões pela manhã no Supremo, atraca-se com a lista de pendências no TSE, que se avolumam com a proximidade da disputa eleitoral. Na próxima quinta-feira (9/8), por exemplo, tem reunião, marcada há meses, a partir das 10h com os presidentes dos 27 tribunais regionais eleitorais do país, para organizar as eleições de outubro.

“Todos estamos correndo contra o tempo”, disse. O ritmo da corrida não deve diminuir, já que muitos estimam que o julgamento do processo do mensalão terminará às vésperas da disputa das urnas — se não acabar depois disso.

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