Invasão de privacidade

Tabloide inglês deve 100 mil libras a atriz

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15 de maio de 2011, 17h45

O tabloide "News of the World" terá que pagar 100 mil libras (cerca de R$ 260 mil) à atriz Sienna Miller, após ter grampeado o telefone dela. O tabloide é acusado de ter grampeado até três mil telefones de celebridades e figuras públicas da política, do esporte, do entretenimento e da família real.

No dia 5 de abril deste ano um repórter e um ex-editor do tablóide foram presos por causa das acusações de escutas telefônicas ilegais. Um deles já havia sido demitido do jornal em janeiro, depois de evidências de que ele teria grampeado o telefone de Siena Miller entre 2005 e 2006. 

A News International, empresa proprietária do jornal, disse que está cooperando com a Polícia. Em comunicado, a empresa disse que, em janeiro, forneceu informações voluntariamente à Polícia Metropolitana "que levaram à abertura da investigação em curso".

As prisões dos dois jornalistas são as primeiras feitas desde que a Scotland Yard reabriu o inquérito — conhecido como Operação Weeting — após alegações de que a equipe do jornal dominical continuava interceptando ligações de figuras públicas. Os dois jornalistas foram detidos depois que novas evidências surgiram sobre o caso.

Processo judicial
A primeira suspeita de grampo surgiu em 2005, quando o News of the World publicou reportagem sobre uma lesão no joelho do Príncipe William, fato que despertou a desconfiança da família real. Em 2007, a primeira investigação da Polícia sobre a escuta telefônica levou à condenação do então editor de assuntos da realeza do News of The World, Clive Goodman, que ficou preso por quatro meses. As mesmas acusações fizeram com que o investigador particular Glenn Mulcaire, que era funcionário do jornal, ficasse preso por seis meses.

As denúncias vieram à tona em 2009 através de reportagens do jornal Guardian. De acordo com o diário, os tablóides contrataram detetives particulares que grampearam — ilegalmente — os celulares das celebridades para conseguir acesso a dados pessoais confidenciais, como contas e extratos bancários.

Quatro vítimas fizeram acordos extrajudiciais com o jornal, incluindo o agente de publicidade Max Clifford, que, segundo relatos, recebeu 1 milhão de libras (cerca de R$ 2,6 milhões). Atualmente, 14 pessoas estão processando a News International, incluindo o agente de jogadores de futebol Sky Andrew, o comediante Steve Coogan e o comentarista de esportes Andy Gray.

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