Ecos da campanha

Romero Jucá é acusado de compra de votos em Roraima

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17 de janeiro de 2011, 17h40

A Procuradoria Regional Eleitoral em Roraima fez uma representação contra o senador Romero Jucá (PMDB) e o governador José de Anchieta Júnior (PSDB) por compra de votos e gasto ilícito durante a campanha eleitoral de 2010. A representação, protocolada no Tribunal Regional Eleitoral, pede a cassação dos mandatos dos dois.

As representações apontam irregularidades cometidas pelos candidatos durante o pleito eleitoral de 2010, como compra de votos, circulação indevida de dinheiro e pagamento irregular de pessoal de campanha.

Também foram alvo de ações da PRE a ex-mulher senador, Teresa Jucá (PMDB),  eleita deputada federal; os suplentes do senador Jucá Wirlande Santos da Luz e Sander Fraxe Salomão; o vice-governador Chico Rodrigues (DEM); os deputados federais Luciano Castro (PR), Raul Lima (PP), Chico das Verduras (PRP) e Édio Lopes (PMDB), além dos deputados estaduais Aurelina Medeiros (PSDB), Erci de Moraes (PPS) e George Melo (PSDC).

Os procuradores Ângelo Goulart e Rodrigo Timóteo apontaram irregularidades cometidas pelos candidatos, dentre elas movimentações financeiras feitas pelo  senador Romero Jucá, como R$ 180 mil movimentados fora da conta corrente da campanha. O dinheiro foi flagrado em automóveis de cabos eleitorais em duas situações distintas, segundo a Procuradoria Regional Eleitoral em Roraima. No primeiro caso, foram apreendidos R$ 80 mil no município de Mucajaí, a 50 quilômetros da capital, Boa Vista.

Jucá também é acusado de ter sacado R$ 2 milhões da conta do comitê para o pagamento dos cabos eleitorais em espécie, quando deveria ter sido feito por cheque nominal ou transferência bancária; de ter simulado o gasto de R$ 1,9 milhão com alimentação, além de sonegação de contribuição social ao INSS ao contratar, de forma irregular, pessoas para trabalhar em sua campanha.

A PRE destacou a utilização de uma empresa de transporte de valores como banco, onde foram movimentados R$ 993,2 mil, fato que impediu a investigação  por parte dos órgãos de fiscalização de entrada e saída do dinheiro, ilícito cometido também pelo governador do estado e pela deputada federal Tereza Jucá.

Com relação ao governador José de Anchieta Júnior, ficou comprovado também que ele cometeu gasto ilícito de campanha, compra de votos e ainda a confecção e distribuição de brindes, ato proibido pela legislação eleitoral.

Segundo os procuradores, a campanha do atual governador teve despesa com pessoal no valor de R$ 5.521.455,00. Em comparação aos valores gastos também para esse fim pela presidente da República Dilma Rousseff (PT), Anchieta Júnior gastou quase metade do valor investido na campanha da presidente (R$ 11,4 milhões).

“Roraima, com o menor colegiado do país, correspondente a 271 mil eleitores, teve uma campanha ao governo do estado com 50% do montante investido na campanha para presidente da República, com um eleitorado de 135.804 milhões de pessoas. Este é um dado significativo que aponta a magnitude da campanha para governador”, concluiu o procurador regional eleitoral Ângelo Goulart. Com informações da Assessoria de Imprensa do MPF.

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