Falta de provas

Júri absolve soldado de crime de tentiva de homicídio

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25 de fevereiro de 2011, 10h57

O soldado Alfredo Angelo Di Lúcia, de 33 anos, conhecido como o justiceiro da Zona Norte por sua fama de matador, foi absolvido pelo 2º Tribunal do Júri da capital paulista. Ele foi acusado de tentativa de homicídio qualificado, por supostamente tentar matar Fábio Renan Nunes. O delito teria sido praticado para assegurar a impunidade de outro crime. O Ministério Público deve recorrer da sentença.

Di Lúcia, que está preso no presídio Romão Gomes, já acumula 96 anos de prisão em várias condenações. Ele responde a seis processos de homicídio e dois de tentativa. Os crimes ocorreram em 2004, na mesma região da cidade e mesmo modo de execução. O soldado atuava no 27º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, no Parque América.

No julgamento desta quarta-feira (23/2), os jurados entenderam que não havia prova suficiente da autoria do crime. “O Di Lúcia foi absolvido porque é inocente e não havia prova nenhuma de sua participação no delito, tanto que o júri confirmou a versão do acusado”, afirmou o advogado Eugênio Malavasi, defensor do soldado.

Em depoimento, a vítima reconheceu o acusado como a pessoa que tentou matá-lo. O crime teria ocorrido em 27 de novembro de 2004, por volta de 22h, na altura do número 46 da avenida Mazzei, na Vila Mazzei (zona Norte). O policial teria atirado três vezes contra Fábio errando o alvo. A vítima afirmou que estava na lista do soldado porque o viu matar Cleiton Santos da Rocha.

Di Lúcia é apontado pelo Ministério Público como um matador, com um histórico de violência e dono de extensa ficha criminal. Ele foi condenado por executar um estudante universitário e mais cinco pessoas. Ele também é acusado de ferir outras seis. Os crimes aconteceram entre fevereiro e dezembro de 2004.

O universitário foi morto a tiros em 21 de setembro daquele ano. A série de matanças atribuída ao PM começou em 6 de fevereiro. O soldado foi acusado de matar Carlos Alberto da Cunha e Marcelo Nascimento Santos. A primeira vítima foi baleada no rosto e na nuca. A segunda, nas costas.

Di Lúcia voltou a agir, segundo as acusações, em 9 de setembro de 2004. O PM matou a tiros o estudante Paulo Renato Sampaio, de 23 anos, no Jaçanã. O rapaz foi retirado da escola pelo policial e executado em uma rua do bairro. Di Lúcia também é acusado de matar, em 3 de novembro, o estudante Kleiton da Rocha, de 19 anos. O amigo dele, Fábio Nunes, de 22, conseguiu fugir.

Ainda conforme as acusações, em 1º de dezembro, abordou Alex Gripo Mamprim, de 23 anos, e Claudionor de Oliveira, de 36. "Não gosto de viciados", disse. Em seguida, atirou. Mamprim morreu e Oliveira escapou, fingindo-se de morto. O PM usava um revólver 38 e uma pistola 380, segundo o MP.

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