Condutas suspeitas

Juiz de Búzios será investigado, diz desembargador

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18 de fevereiro de 2011, 13h07

O juiz João Carlos de Souza Correa, da 1ª Vara de Búzios (RJ), será investigado pela corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. É o que afirma o presidente do TJ fluminense, desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos. O juiz, que deu voz de prisão a uma agente de uma blitz da Lei Seca, no último domingo (13/2), é acusado de várias condutas irregulares.

De acordo com o jornal O Globo, comerciantes de Búzios, balneário turístico na região dos Lagos, dizem que o juiz deixa de pagar contas em restaurantes, bares, pousadas e lojas. Também é acusado de ter desrespeitado dois turistas que reclamaram de uma festa dada pelo juiz em um quarto de hotel, de ter obrigado um funcionário da concessionária de energia a religar a luz de sua casa, que teria sido cortada, em 2006, por falta de pagamento, e de ter discutido com um policial rodoviário federal, em 2009, depois de ter passado em alta velocidade por um posto da Polícia Rodoviária Federal.

No mais recente episódio envolvendo o juiz, uma agente da blitz da Lei Seca recebeu voz de prisão por abuso de autoridade. Segundo a assessoria da Polícia Civil, o juiz dirigia um Land Rover preto sem placa. Ao checar a nota fiscal, a agente verificou que o período para o emplacamento estava vencido. De acordo com a assessoria do governo do estado, a nota fiscal do veículo foi expedida há mais de 15 dias, excedendo o prazo de circulação sem emplacamento.

Segundo o G1, a agente informou ao juiz que o veículo seria retido e levado para o depósito em Bonsucesso. No entanto, o juiz queria que o carro fosse para uma delegacia para ser removido, mas a agente negou o pedido. Ainda segundo o governo, o juiz deu voz de prisão por desacato. O veículo foi retido na delegacia e levado para o depósito.

A Polícia Civil disse que consta no registro de ocorrência que, durante a briga, a agente teria dito: "Você é juiz, mas não é Deus". O juiz retrucou dizendo: "Cuidado que posso te prender". Então, a agente falou: "prende".

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