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Juiz que condenou jornal é acusado de plágio

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2 de agosto de 2011, 15h35

O juiz equatoriano Juan Paredes, que condenou o jornal El Universo e seus donos por um artigo criticando o presidente Rafael Correa, pode ter copiado sua argumentação da internet. O jurista Joffre Campaña, também equatoriano, alega que vários trechos da sentença podem ser encontrados nos sites blogmejillones.cl, do Chile, e todoiure.com.ar, de uma editora argentina de livros jurídicos, segundo noticia o jornal O Globo.

Paredes condenou Carlos, César e Nicolás Perez, editores do El Universo, e Emilio Palacios, autor do artigo, a pagar US$ 40 milhões de indenização ao presidente Correa. O texto causador do processo acusa o governo equatoriano de corrupto e chama Correa de ditador.

O jurista Campaña conta que desconfiou da sentença do juiz pela rapidez com que foi proferida. Paredes demorou 33 horas entre assumir o caso, fazer a audiência, ler um expediente de 5 mil páginas e escrever uma sentença de 156 laudas. Para descobrir o suposto plágio, o jurista simplesmente colou frases da sentença no Google, e chegou às fontes.

Ao Globo, Campaña leu trechos do juiz que são idênticos aos retirados da internet. A sentença, segundo ele, apresentava várias “inconsistências” que “prejudicam seu valor científico”.

O advogado do presidente equatoriano, Alembert Vera, justificou que "Paredes escaneou todo o texto da acusação apresentada por Correa, que tem 150 páginas, e que o texto redigido pelo juiz foi muito curtinho"

Palacios também desconfiou da eficiência do juiz Paredes. “Sempre consideramos que tudo foi feito muito rápido e denunciamos as irregularidades deste processo”, disse. Ao mesmo tempo, lamenta: “São tantas as barbaridades que este e os outros cinco juízes que passaram pelo caso cometeram, que, sinceramente, esta não é das mais graves”. O jornalista agora aguarda a decisão da segunda instância de seu caso. No Equador, a Justiça tem quatro instâncias.

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