Tiros em Realengo

Homem invade escola no Rio e mata 12 crianças

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7 de abril de 2011, 12h51

Shana Reis/Gov RJ
Coletiva com Governador Sérgio Cabral e Prefeito Eduardo Paes sobre o ataque a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo - Shana Reis/Gov RJ

Um homem, identificado como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, e atirou em crianças e funcionários, matando pelo menos 12 crianças e ferindo outras 13, na manhã desta quinta-feira (7/4). Quatro estão em estado grave. A presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial de três dias no país.

Os números foram informados pelo secretário de saúde do estado, Sérgio Cortes. Entre os mortos contam-se nove alunas e um aluno da escola, com idade entre 12 e 14 anos e o próprio atirador. Depois de ser atingido nas pernas por policiais militares que participavam de uma blitz nas proximidades da escola, o homem se matou com um tiro. Ele não tinha antecedentes criminais.

Segundo informações das autoridades, o homem era ex-aluno da escola, pois tinha no bolso uma carteira da escola com sua identificação. Em uma carta deixada por ele, dizia ser portador do vírus HIV. Com frases sem sentido, ele fez também referências ao islamismo e ao terrorismo internacional. Junto ao seu corpo foram encontradas duas armas descarregadas.

O tiroteio causou pânico entre professores e alunos da escola. A professora Vanessa Duarte, orientadora do programa de jovens e adultos no turno da noite, disse que levou um susto com a notícia. "O sistema de segurança da escola é super-rigoroso, tem segurança, câmera nos corredores, sistema interno de TV. Todos precisam passar por três portões fechados. Estou até assustada, não sei como esse homem conseguiu entrar e depois sair."

Em entrevista coletiva, o governador do Rio, Sérgio Cabral, informou que o atirador  entrou no colégio alegando que iria buscar seu histórico escolar. Em seguida, ele saiu e atirou contra as crianças. Um policial militar que dava apoio a uma fiscalização do departamento de trânsito próxima à escola, ouviu os disparos e conseguiu imobilizar o atirador com um tiro na perna. Em seguida, o homem atirou contra a própria cabeça.

Cabral destacou a ação do policial: "Quero agradecer ao herói, o terceiro sargento Alves do 14º BPM que estava participando de uma operação do Detro aqui perto. Dois meninos feridos abordaram as viaturas. Quando ele chegou à escola, o atirador já tinha acabado o massacre no primeiro andar, e estava no terceiro andar, quando se matou. Ele estava preparado para mais disparos, segundo a polícia militar".

Além de prestar solidariedade e apoio às famílias das vítimas, o governador prometeu abrir investigações para descobrir como o atirador "adquiriu experiência com armas e a origem de todo este episódio lamentável".

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que a tragédia poderia ter sido maior se não fosse a ação dos policiais. Segundo ele, a Secretaria de Educação do município já fez contatos com as famílias das vítimas. Ele disse, também, que a escola não será fechada:"A escola não vai ser fechada. Ela tem a história de formação de muitos cariocas. Eles contam com a nossa solidariedade".

A presidente Dilma Rousseff disse estar chocada e consternada com a tragédia e acompanha o episódio com grande "preocupação", de acordo com informações do porta-voz da Presidência da República, Rodrigo Baena. Dilma conversou nesta manhã com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e com o prefeito, Eduardo Paes, para saber detalhes sobre o episódio e determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que tome as providências necessárias em relação ao episódio.

Três ministros já se mobilizaram para acompanhar os aocntecimentos. Os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Educação, Fernando Haddad, vão coordenar pessoalmente as ações e as providências tomadas em relação ao crime. A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que cumpre agenda em Belo Horizonte, segue, na tarde desta quinta-feira (7/4), para o Rio de Janeiro.

Ao ser informado sobre a tragédia na escola municipal, Cardozo telefonou para o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o prefeito da capital, Eduardo Paes. Na conversa, o ministro se colocou  à disposição do governo estadual e da prefeitura. Em João Pessoa (PB), onde participa de uma solenidade, Cardozo pediu um minuto de silêncio em solidariedade às vítimas da tragédia no Rio.

Em nota, Fernando Haddad lamentou o ocorrido e disse que esse é um dia de luto para a educação brasileira. "Hoje é um dia de luto para a educação brasileira; uma tragédia sem precedentes", afirmou ao chegar a Porto Alegre, nesta manhã. O ministro informou que toda a rede federal carioca está à disposição da prefeitura do Rio e das famílias das vítimas. Haddad suspendeu as atividades que estavam marcadas para tarde desta quinta-feira em Porto Alegree decidiu voltar para Brasília — de onde coordenará as ações.

O presidente do Senado, José Sarney classificou o ato de terrorismo. "De certo modo, isso é um ato de terrorismo quando a gente procura atingir pessoas civis. Não é da nossa tradição atos dessa natureza. Precisamos parar de uma vez com isso para que isso não floresça", afirmou. Ressaltando que uma atitude dessa "choca profundamente" e gera uma insegurança nas crianças e nos pais, o presidente do Senado cobrou das autoridades maior presença da Polícia na segurança das escolas.

A secretária municipal de Educação, Claudia Costin, que está em Washington, cancelou seus compromissos no exterior assim que soube do episódio e deve retornar hoje ao Brasil. Ela estava na capital norte-americana para uma palestra e para negociações com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) visando à obtenção de recursos para melhoria das escolas públicas do município do Rio  de Janeiro.

O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) enviou nota à imprensa para manifestar solidariedade aos alunos, familiares, professores e funcionários da escola. "Nesse momento de dor, por ato de um insano, o IAB coloca-se à disposição das autoridades para, através do seu corpo de associados, colaborar no que for preciso."

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O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, manifestou "inteira solidariedade" às famílias e disse esperar que as autoridades "consigam elucidar as causas que levaram o criminoso a este ato monstruoso, sem paralelo em nossa história". 

O presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), César Mattar Jr., também divulgou nota pública sobre o assassinato dos alunos. “Conamp torna pública a sua solidariedade e presta seus pêsames aos familiares e amigos das vítimas e espera que o caso, sem precedentes no País, seja elucidado pelas autoridades competentes”, disse ele.

Veja a nota divulgada pela Conamp:

"A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), diante da tragédia ocorrida na manhã de hoje no Rio de Janeiro, vem a público manifestar profundo pesar face ao assassinato dos alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo.

A Conamp torna pública a sua solidariedade e presta seus pêsames aos familiares e amigos das vítimas e espera que o caso, sem precedentes no País, seja elucidado pelas autoridades competentes, e que todas as providências cabíveis sejam tomadas para que novos episódios não ocorram.

A tragédia expõe a fragilidade do sistema de segurança pública em todo o País e aterroriza a população, que se sente ameaçada e desamparada pelo Estado.

César Mattar Jr.

Presidente da Conamp"

*As informações são da Agência Brasil e da Assessoria de Imprensa do governo do Estado do Rio de Janeiro.

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