Véspera de feriado

Abstenção pode aumentar no segundo turno

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6 de outubro de 2010, 15h37

Há risco de aumento de abstenção de votos no segundo turno das eleições, marcado para o dia 31 de outubro. O alerta é do cientista político da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Hermes Zaneti. Segundo ele, a razão é o fato de o segundo turno presidencial ser uma eleição “solteira” para a maioria da população. A informação é da Agência Brasil.

“Em muitos estados [18] não vai haver segundo turno para governador, assim como não teremos em nenhum mais eleições para senador, deputado federal e deputado estadual, que são agentes mobilizadores. Não há um motor mobilizador do eleitorado para o dia da eleição”, avaliou ele, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Segundo Zaneti, a proximidade do dia da votação — domingo — com o feriado de Finados, que será na terça seguinte, dia 2 de novembro, também pode desmotivar o comparecimento dos eleitores. “A data escolhida é absolutamente inoportuna”, criticou ao dizer que o novo turno das eleições está marcado entre “datas que as pessoas querem aproveitar para o seu lazer e viagem”.

Para o cientista político, as abstenções revelam o “desencanto” dos eleitores. “Não é imotivado isso, basta lembrar os episódios a que nós assistimos – quer em nível regional, quer em nível federal”, disse. Segundo ele, “isso é um chamamento aos partidos, às lideranças, e à própria estrutura democrática que com tanta dificuldade se conquistou no país”.

Apesar das críticas, o professor defendeu o comparecimento de todos eleitores na votação. “A população precisa participar. Não é porque o voto é obrigatório, mas porque é a oportunidade do exercício da cidadania. Neste momento, o poder está na mão de quem detêm o voto.”

Zaneti também reconheceu a importância das eleições em dois turnos. “São apenas dois candidatos. Aí há realmente o confronto de propostas, o que no caso específico desta eleições nós não tivemos”, lembrou. No primeiro turno das eleições, 24,6 milhões de pessoas deixaram de votar (18,12% dos eleitores).

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