Caso Isabella

Defesa do casal Nardoni vai traçar nova estratégia

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23 de março de 2010, 22h09

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Cobertura da imprensa do caso Nardoni - ConJur

Com muita confusão, gritaria e empurra-empurra de jornalistas, terminou nesta terça-feira (23/3) o segundo dia de julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Na saída do fórum, o advogado do casal, Roberto Podval, se mostrou nervoso e disse que pretende traçar nova estratégia para que o Júri não se prolongue ainda mais, pois o excesso de dias pode atrapalhar a defesa.

O criminalista afirmou que os detalhes serão apresentados nesta quarta-feira (24/3). O julgamento fora interrompido por volta das 19h30 pelo juiz Maurício Fossen, responsável pelo caso, para não desgastar ainda mais os jurados, segundo ele. Enquanto isso, a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, e a delegada Renata Pontes continuam incomunicáveis por decisão da defesa do casal.

O fato causou indignação no promotor Cembranelli, que pedia para Ana Carolina Oliveira pudesse assistir ao julgamento. Ele chegou a se alterar no Plenário, dizendo que não tinha necessidade de manter a mãe da garota mais uma noite sem comunicação. O juiz interferiu. Segundo ele, o ponto já é pacífico, pois a defesa já tinha decidido manter as duas para possíveis esclarecimentos.

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Roberto Podval, advogado de defesa do casal Nardoni - ConJur

Podval criticou o depoimento da delegada Renata Helena Pontes em diversos pontos. O mais acentuado foi o de que a delegada não soube explicar alguns dados colocados em seu relatório, no momento do indiciamento do casal. O fato curioso, segundo a defesa, é que ela diz ter reproduzido integralmente o resultado dos laudos em seu relatório, já que não é especialista em perícia, mas segundo Podval, mesmo com o chamado "Crtl C e Ctrl V", o documento dela diverge, em alguns momentos do conteúdo do laudo.

Já Francisco Cembranelli classificou como ridícula a atitude da defesa de tentar desqualificar as provas apresentadas no processo. Ao final ele ainda deixou o seu recado para os manifestantes que gritavam por Justiça na porta: "continuem torcendo".

Riquezas das provas e dos detalhes também marcaram o segundo dia de julgamento, que contou com maquete do edifício London, da perspectiva do apartamento do casal e fotos da necropsia de Isabella. O médico-legista Paulo Sérgio Tieppo declarou que a violência praticada contra a menina, antes da queda, foi fato preponderante para a morte dela. O legista mostrou sinais de unha no pescoço de Isabella e marcas no pulmão, coração e cérebro, além de escoriações deixadas pela queda do 6º andar. O promotor Cembranelli, ainda trouxe o perito baiano Eduardo de Carvalho Dória para depor. Dória é especialista em manchas de sangue e, em seu depoimento, sugeriu que a gota de sangue encontrada caiu enquanto a menina estava sendo carregada e de uma altura de 1,20 m.

Contra esses argumentos, Podval destacou que se a menina apresentou marcas de arranhões no pescoço, porque é que os peritos não fizeram exames nas unhas de Anna Jatobá?

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