Justiça e imprensa

Comissão do TJ-SP ensina juízes a lidar com a mídia

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17 de julho de 2010, 8h46

Os juízes aprovados no último concurso de ingresso na magistratura paulista discutiram, nesta sexta-feira (16/7), as boas maneiras de se relacionar com jornalistas. A Comissão de Imprensa e Comunicação do Tribunal de Justiça participou do curso de iniciação funcional direcionado aos juízes substitutos que aguardam o vitaliciamento.

Os desembargadores Carlos Teixeira Leite, presidente da comissão, e seu colega Décio Notarangeli debateram com os magistrados e destacaram a importância do bom relacionamento entre o Judiciário e os jornalistas. A mesa foi presidida pelo desembargador Eduardo Cortez de Freitas Gouvêa, um dos coordenadores do curso.

Teixeira Leite falou sobre as propostas e ações que a Comissão de Imprensa está implantando na corte paulista. “Queremos abertura para mostrar nosso trabalho à sociedade, já que sempre somos criticados pela lentidão.” De acordo com o desembargador, o juiz paulista produz mais que o dobro da média do Brasil e a divulgação desse trabalho deveria acompanhar essa realidade.

Décio Notarangeli contou aos juízes o porquê da urgência dos jornalistas na obtenção da informação. Ele explicou que a dimensão de tempo da imprensa não é a mesma da Justiça. Enquanto a primeira trata do presente, do cotidiano, a segundo tem intimidade com o passado. Segundo o desembargador, muitas vezes, mesmo a sentença extraordinariamente bem fundamentada pode não despertar o interesse jornalístico.

Outro ponto enfatizado por Norarangeli foi a dificuldade que os profissionais têm para entender a linguagem jurídica. “O jornalista está no exercício de sua função, deve ser respeitado e atendido sempre da melhor forma possível. Ele quer a informação e nós a temos. Se a sociedade não sabe é porque não divulgamos.”

Desde janeiro, quando foi publicada a portaria que nomeou os três integrantes da CIC (Carlos Teixeira Leite Filho, Marco Antonio Marques da Silva e Décio de Moura Notarangeli), os desembargadores visitaram redações de jornais, televisões, rádios e revistas em São Paulo e no Rio de Janeiro para estreitar o relacionamento com os veículos de comunicação. Eles, também, têm proferido palestras em algumas redações para explicar aos jornalistas como funciona o Poder Judiciário, além de sanar dúvidas do cotidiano das coberturas.

A CIC informou aos magistrados que está ‘no forno’ um guia prático sobre relacionamento da magistratura com a imprensa, que será entregue aos integrantes do Poder Judiciário, com dicas sobre linguagem e postura na concessão de entrevistas.

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