Reposição salarial

Servidores e policiais entram em confronto em SP

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7 de julho de 2010, 17h54

Servidores da Justiça estadual de São Paulo e um pedestre saíram feridos, na tarde desta quarta-feira (7/7), após um confronto com a polícia em frente ao Fórum João Mendes, no centro da capital. O incidente aconteceu quando servidores tentavam dar um "abraço simbólico" no prédio. De acordo com manifestantes, a polícia tentou impedir o ato com gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha.

A paralisação dos servidores, iniciada no dia 28 de abril, tem como objetivo a reposição salarial de 20,16%. Nesta quarta-feira foi feita a 17ª assembleia. O Tribunal de Justiça afirma não ter verba para o reajuste.

Em comunicado, a presidência do TJ paulista, afirma que o "abraço simbólico" no prédio foi, na verdade, "um cordão humano com a tentativa de isolar o prédio e impedir a entrada das pessoas".

Segundo o tribunal, a confusão começou quando uma pedra foi jogada contra a cabeça de um oficial da polícia militar. "Para a garantia da ordem, a polícia militar usou gás de pimenta e bombas de efeito moral, além de disparos com munições de borracha voltados para o alto."

A corte ressalta que, antes da assembleia dos servidores, representantes do Tribunal de Justiça se reuniram com os trabalhadores para uma tentativa de acabar com a paralisação.

Prejuízos
De acordo com a OAB-SP, cerca de 240 mil processos estão parados no Tribunal de Justiça por conta da greve dos servidores do Judiciário. A OAB estima que 82 mil audiências deixaram de ocorrer e 192 mil sentenças deixaram de ser assinadas desde o dia 28 de abril, quando a categoria resolveu cruzar os braços.

Em 2004, os servidores do Judiciário fizeram a maior greve da história, com paralisação durante 91 dias. Na época, 600 mil sentenças deixaram de ser assinadas, 400 mil audiências não foram feitas e cerca de 1,2 milhão dos processos foram represados.

Leia o comunicado da presidência TJ-SP:

A presidência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em razão do incidente ocorrido hoje (7/7), na Praça João Mendes, informa que:

1) Por volta das 16 horas, quando a assembleia dos servidores do Poder Judiciário terminou, parte dos manifestantes formou um cordão humano com a tentativa de isolar o prédio e impedir a entrada das pessoas;

2) Uma pessoa foi impedida de entrar e isso provocou a imediata reação da polícia militar que, desde a ocupação do prédio em 9 de junho, mantém policiamento ostensivo para a preservação da integridade física de servidores, advogados e público em geral;

3) Além da atuação da PM, também desde a ocupação, por meio da segurança patrimonial, o TJSP efetua rigoroso controle de acesso de servidores e público em geral para preservação da ordem e proteção do patrimônio público;

4) O conflito teve início com uma pedrada desferida contra a cabeça de um oficial da polícia militar. Diante da tentativa de contenção, houve reação dos manifestantes, formados por servidores grevistas e simpatizantes políticos.

5) Para a garantia da ordem, a polícia militar usou gás de pimenta e bombas de efeito moral, além de disparos com munições de borracha voltados para o alto;

6) Os resultados dessa tentativa de impedimento da entrada de servidores, advogados e público em geral foram uma advogada ferida (atendida inicialmente no ambulatório do fórum), viaturas danificadas e policiais militares com ferimentos;

7) Os policiais militares e os manifestantes registram boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial;

8) Mesmo com esse incidente, em nenhum momento o Fórum João Mendes Júnior ficou fechado para o atendimento ao público.

Importante ressaltar que hoje antes do início da assembleia, assim como tem acontecido em todas as quartas-feiras, representantes do Tribunal de Justiça se reuniram com os representantes dos servidores do Poder Judiciário para mais uma tentativa de finalização do movimento grevista.

Notícia alterada às 19h49 de 7 de julho de 2010 para acréscimo de informações.

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