De pai para filho

Como nas cortes, OAB também tem a sua dinastia

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15 de fevereiro de 2010, 0h23

Ao tomar posse como presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante Júnior se emocionou ao lembrar os passos do pai, também de nome Ophir Cavalcante, que tinha ocupado o cargo 20 anos antes. Por trás do discurso de Ophir, o filho, está toda uma tradição da OAB passada de pai para filho. 

Numa ligeira passagem pela história da seccional paulista da Ordem, que comemorou 78 anos de fundação em janeiro, é possível encontrar nomes de profissionais renomados que deixaram o legado para seus filhos. Um deles, o criminalista José Roberto Batochio, que comandou a entidade de 1991 a 1993 e é um dos principais responsáveis pelo Estatuto da OAB. Ele ficou conhecido pela sua luta em defesa das prerrogativas dos advogados. Agora, passados quase 20 de sua gestão, o seu cajado ficou com o filho, Guilherme Octávio Batochio, empossado recentemente no cargo de conselheiro federal da OAB por São Paulo. 

Batochinho, como é conhecido pelos demais advogados, é criminalista feito o pai. Juntos, eles já atuaram em causas importantes. Em um dos casos, conseguiram derrubar o segredo de Justiça declarado nos autos de um inquérito que investigava crime de extorsão no Paraná. A Justiça entendeu que, quando se trata de “liberdade individual, o acesso do advogado ao inquérito, para averiguar os fundamentos do decreto prisional, é condição essencial ao exercício da Advocacia.

Outro nome vinculado à OAB, seja a Federal ou a seccional paulista, é o de Rubens Approbato Machado. Ele é conselheiro nato e membro honorário vitalício do Conselho Federal da Ordem, onde foi presidente de 2001 a 2004. Approbato Machado também é membro do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A sua herdeira na entidade é a filha, Márcia Regina Machado Melaré, atual Secretária-geral adjunta do Conselho Federal. Antes disso, ela foi vice-presidente da seccional paulista nos dois primeiros mandatos de Luis Flávio Borges D’Urso. Márcia já participou da edição de alguns livros sobre falências junto de seu pai, é especialista em Biodireito e costuma escrever sobre células-tronco, anencefalia e direitos da mulher.

Arnoldo Wald Filho também foi empossado conselheiro federal junto com os demais colegas. Filho de Arnoldo Wald, ele também segue os passos do pai, que foi membro do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil de 1965 a1986. Ambos são conhecidos na comunidade jurídica pela atuação no campo da arbitragem. Antes de virar conselheiro, Wald Filho presidiu a Comissão de Arbitragem e Mediação da OAB. Durante sua atuação, definiu São Paulo como o futuro centro de arbitragem da América Latina. Por isso, investiu fortemente no preparo de profissionais para atuar na área em todo o estado. Wald Filho ainda acumula mais de 20 anos de atuação profissional nos tribunais de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, além de ser árbitro da Câmara de Arbitragem da Fundação Getúlio Vargas.

O advogado e jornalista Raul Haidar, colaborador da revista Consultor Jurídico, também não foge à tradição. Raul Haidar foi conselheiro por duas gestões consecutivas na OAB (1998/2000 e 2001/2003) e presidente e corregedor geral do Tribunal de Ética e Disciplina. A sua filha Fátima Pacheco Haidar, assim como ele, se apaixonou pelo Direito Tributário. Ela é professora de pós-graduação, conselheira da seccional paulista e, ainda, conselheira efetiva do Conselho Municipal de Tributos da Secretaria das Finanças do Município de São Paulo. 

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