Anistiado político

Família de Covas deve receber R$ 2,3 milhões

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5 de fevereiro de 2010, 17h09

O ex-governador de São Paulo Mario Covas, morto em 2001, foi considerado anistiado político pela Comissão da Anistia, em São Paulo. Com a decisão, a família do político deve receber indenização em torno de R$ 2,3 milhões. A informação é da Agência Brasil.

O processo em questão foi requerido por Florinda Gomes Covas, a dona Lila, mulher do ex-governador. Ela pediu o pagamento de uma quantia referente ao período em que Covas teve seus direitos políticos cassados. Ele deixou de receber seu salário de deputado federal entre 1969 e 1979.

Durante este período, Covas trabalhou como engenheiro na cidade de Santos, onde nasceu. Seguindo o texto da lei, a relatora do processo afirmou que, ao estado, cabe pagar uma prestação única de 300 salários mínimos, com o teto de R$ 100 mil. São 30 salários mínimos por ano de privação do trabalho.

"O Estado brasileiro pede perdão à família de Mario Covas e o declara anistiado político post mortem", afirmou Sueli Belatto, integrante da Comissão da Anistia. Durante o relato, Sueli leu trechos de discursos de Covas, incluindo também depoimentos que o então deputado prestou aos militares após o Ato Institucional número 5. "A liberdade é algo pelo qual se merece morrer em qualquer lugar do mundo", disse Covas, ao ser questionado se morreria pela liberdade de outros países, como o Vietnã.

O neto do ex-governador, o advogado Gustavo Covas Lopes, representou dona Lila na sessão de julgamento. "Ele [Mario Covas] teve uma vida pública bem forte, era respeitado por todos os partidos políticos, todo mundo o reconhecia como um grande homem. Só faltava o Estado brasileiro", disse. "Em um país em que político é sinônimo de corrupto e ladrão, é mais que uma alegria, é uma honra ser neto de um político como o meu avô."

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