Ditadura militar

Uruguai retoma buscas por corpos de desaparecidos

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28 de dezembro de 2010, 20h26

O Uruguai firmou um acordo com a Universidade da República (Udelar) para retomar as escavações, no primeiro semestre de 2011, em busca de corpos e restos mortais de desaparecidos políticos do período da ditadura no país, de 1973 a 1985. As informações, publicadas pela Agência Brasil, foram confirmadas pelo secretário da Presidência da República, Alberto Breccia, e o Ministério da Defesa do Uruguai.

Os primeiros trabalhos de escavações na região do prédio do 14º Batalhão começaram no segundo semestre deste ano, após determinação da Justiça pela busca dos restos mortais. Para o juiz criminal Pedro Salazar, há suspeitas da existência de sepulturas clandestinas. 

O Congresso do Uruguai aprovou, há dois meses, o fim da Lei da Caducidade da Pretensão Punitiva do Estado, a Lei da Anistia. Por ela, os militares que governaram o país ficavam livres das acusações. Foram mais de 12 horas de discussão e a votação pela extinção da lei foi aprovada com folga. O presidente do Uruguai, José Mujica, foi militante do Movimento da Libertação Nacional, que combatia o regime militar. Em 1972, Mujica foi preso e só ganhou a liberdade em 1985 com a redemocratização do país.

Buscas
As buscas vão começar na região do prédio do 14º Batalhão de Arlington, onde há suspeitas da existência de um cemitério clandestino. As atividades serão coordenadas pelo chefe da Antropologia Forense da Udelar, José López Mazz, porém, os trabalhos serão feitos pela equipe de antropólogos da universidade em parceria com os técnicos e especialistas do governo.

As prefeituras de Montevidéu e Canelones vão contribuir com o fornecimento de máquinas e apoio para que os técnicos e especialistas tenham condições de escavar em áreas que estão sob poder militar. 

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