Crime contra a vida

Goleiro Bruno vai a Júri por homicídio de Eliza

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17 de dezembro de 2010, 21h00

O goleiro Bruno Souza e mais três réus — Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo do atleta, Sérgio Rosa Sales, o Camelo, primo de Bruno, e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola — vão a júri popular acusados de homicídio. A determinação é da juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG). Os três primeiros também foram pronunciados pelos crimes de sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio, ex-amante do atleta, e seu filho. Bola responde também por ocultação de cadáver. As informações são do portal UOL.

Na decisão, a juíza mandou soltar imediatamente Dayanne de Souza, ex-mulher do goleiro, Elenílson Vitor da Silva, ex-administrador do sítio, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, amigo do atleta, e Fernanda Gomes Castro, ex-amante de Bruno. Eles vão responder ao processo em liberdade.

J., primo de Bruno, que está internado em Minas Gerais, também é acusado do crime, mas responde à Vara da Infância e Juventude. Na decisão, a juíza inocentou todos os réus do crime de corrupção de menores, que constava na denúncia do Ministério Público.

Investigações da polícia de Minas Gerais apontam que Eliza teria sido sequestrada e morta. Ela está desaparecida desde o começo de junho deste ano. Seu corpo não foi encontrado. Ela tinha um filho que alegava ser do jogador, acusado de arquitetar o plano de sua morte.

O advogado de Bruno, Cláudio Dalledone, diz que a decisão não o surpreendeu. “Um ponto de Justiça se levantou com a soltura dos demais [réus]”, disse. Em relação ao goleiro, o defensor diz estar confiante de sua inocência. Para Dalledone, a absolvição pelo crime de corrupção de menor significa que a acusação vem “perdendo força”. “Essa acusação vem se desmoronando e se esvaindo. Quando eu disse que as acusações eram inválidas e anêmicas, eu tinha razão.”

Ele afirmou que vai entrar com recurso nos próximos dias para anular o processo. Segundo o advogado, o processo teve vários erros, como cerceamento de defesa e a ausência do réu em algumas audiências. O defensor alega,ainda, que seu cliente ficou “indefeso” em algumas etapas do interrogatório, quando ainda era defendido pelo advogado Ércio Quaresma.  

Já o defensor de Bola, Zanone Júnior, disse, antes da sentença, que ia recorrer ao TJ-MG. “Posso pedir nesse recurso a absolvição sumária, a impronúncia. Mas também posso concordar que meu cliente seja submetido a Júri, mas pedir o decote de qualificadoras. Essa eu acho que é a matéria que vou enfrentar nesse recurso”, disse o advogado.

No começo deste mês, a Justiça do Rio de Janeiro condenou o goleiro a 4 anos e meio de prisão por lesão corporal, cárcere privado e constrangimento ilegal cometidos contra Eliza. O juiz marco Couto, da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, também condenou a Luiz Henrique Romão, a três anos de prisão pelo crime de cárcere privado. A condenação diz respeito a um episódio ocorrido em 2009, quando Eliza ainda estava grávida e foi sequestrada.

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