Caso de corrupção

Amaerj diz que vai processar Lobão por declaração

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17 de dezembro de 2010, 13h57

A Associação dos Magistrados do Estado do Rio (Amaerj) afirmou que vai entrar com uma ação contra o cantor Lobão. Em entrevista à rádio Bandnews, ele disse ter pago US$ 2 mil em caixas de uísque para tentar escapar de processo por porte de drogas, na década de 1980. “Tinha que pagar essa propina aí, paguei. Eu era primário! Paguei e fui condenado!”, afirmou. O mesmo fato foi publicado em sua autobiografia 50 Anos a Mil (Nova Fronteira, 752 páginas, R$ 59,90), com texto do jornalista Claudio Júlio Tognolli. A notícia é do jornal O Dia Online.

“Ele será chamado para dar explicações. Se o Lobão quer palco vai ter o palco que merece”, afirmou o desembargador Antônio Siqueira, presidente da Amaerj. Segundo ele, um dos advogados do cantor na época, Michel Assef, só deixará de ser interpelado judicialmente se enviar uma carta à associação desmentindo as declarações de Lobão.

Na entrevista, o cantor disse ainda que foi o advogado quem o avisou sobre a propina. “Isso é loucura, conversa fiada dele. Como poderia pagar alguma coisa, se na época não tinha dinheiro? Ele vendia autógrafo para crianças para comprar cachaça”, alegou Assef, ressaltando que não tem contato com o cantor há mais de 20 anos. “Gosto do Lobão, o defendi em dois processos, mas ele me deu muito trabalho. Só consegui a absolvição em instância superior por conta das atitudes e declarações dele”.

O desembargador afirmou que vai processar o artista nas áreas cível e criminal. “O Lobão é um irresponsável. Cabe ações por dano moral, calúnia e difamação e contra a honra. Somos servidores públicos. As acusações que ele fez são muito graves. Agora, terá que esclarecer como e quem recebeu o tal do uísque”, afirmou.

Para o desembargador, o cantor não tem o direito de fazer “brincadeirinhas irresponsáveis”. “Ninguém pode mexer com a honra de um poder. No dia 6 de janeiro, quando acaba o recesso do judiciário, o advogado Carlos Eduardo Machado, da Amaerj, vai tomar as providências”, garantiu o desembargador.

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