Violência policial

Procuradora defende punição de policiais por agressão

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23 de agosto de 2010, 17h45

A procuradora-geral de Justiça Maria de Fátima Rodrigues Travassos Cordeiro repudiou as atitudes dos policiais militares e civis que espancaram o promotor de Justiça Zanony Pessos Silva Filho, titular da 4ª Promotoria de Investigação Criminal de São Luís (MA). O crime aconteceu na noite de sábado (21/8), em uma churrascaria da cidade. Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (23/8), Fátima Travassos defendeu a punição para os oito agressores.

O caso está sendo investigado pela Corregedoria do Ministério Público. De acordo com a procuradora-geral, mesmo que o promotor agredido estivesse com o ânimo alterado, ainda assim a violência não se justificaria. “No mínimo, os policiais se excederam. Tenho certeza de que a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública irão tomar providências para investigar e punir os envolvidos”, afirmou.

Procurado pelo Jornal Pequeno, o delegado Antônio de Lima Paulino, que estava de plantão na noite do episódio, contou que o promotor Zanony chegou à delegacia bastante alterado e que invadiu o gabinete do delegado, sem dizer quem era. Antônio Paulino confirmou que o promotor chutou a mesa do gabinete. “Nós sabemos quem era ele porque um dos nossos investigadores já havia trabalhado com ele na cidade de Coroatá. Na churrascaria ele agiu da mesma forma, os policiais pediam para o promotor se identificar e este apenas perguntava quem eram os militares”, revelou o delegado.

Em princípio, a coletiva foi convocada pelo Ministério Público para que o promotor Zanony Passos contasse a sua versão sobre o incidente na churrascaria, mas quem falou com a imprensa foi a procuradora-geral, Fátima Travassos. “Os PMs achavam que o promotor estava truculento, mas eles foram duas vezes mais pela forma como agiram e pelos danos que causaram ao cidadão Zanony Passos”, disse a procuradora.

Zanony Passos compareceu à coletiva e pediu para não ser filmado ou fotografado. Seus olhos estavam inchados e roxos. Ele também apresentou escoriações no tórax e nas costas, fruto dos golpes de cassetete e de chutes desferidos mesmo ele estando algemado. Ele pediu respeito e declarou que “isso poderia acontecer com qualquer um”. Com informações da Assessoria de Comunicação do MP-MA.

Notícia alterada às 12h02 desta sexta-feira (27/8) para acréscimo de informações.

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