Greve continua

Sindicatos dos Correios recusam proposta

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24 de setembro de 2009, 16h50

Os representantes dos funcionários dos Correios recusaram, nesta quinta-feira (24/9), proposta da empresa e mantiveram a greve. A audiência de conciliação e instrução no processo de dissídio coletivo aconteceu no Tribunal Superior do Trabalho e foi conduzida pelo vice-presidente da corte, ministro Oreste Dalazen. Após a recusa dos representantes, o dissídio coletivo vai a julgamento e o relator, escolhido mediante sorteio na audiência, será o ministro Márcio Eurico.

As sugestões do TST foram aceitas pela Empresa de Correios e Telégrafos, mas não pelos funcionários. O ministro destacou os ganhos históricos conquistados pela categoria nos últimos anos, lembrando que o momento não é propício à radicalização do movimento, com continuidade da greve.

A proposta feita às partes foi a seguinte: reajuste salarial de 4,5%, a partir de 1º de agosto de 2009; concessão de aumento real e linear de salário, no valor de R$ 100, para todos os empregados, a partir de 1º de agosto de 2009; reajuste do vale-alimentação, a partir de agosto de 2009, para R$ 21,50; reajuste do vale-cesta, a partir de agosto de 2009, para R$ 120; vale-cesta extra, em dezembro de 2009, no valor de R$ 494,50; manutenção, com igual teor, das cláusulas do acordo coletivo de trabalho imediatamente precedente; cessação imediata da greve, sem punição de qualquer espécie aos grevistas pelo simples exercício do direito de greve e compensação das horas de paralisação, em virtude de participação no movimento grevista. O acordo seria válido por um ano.

“Adicional de 70% na hora extra, assistência médica e odontológica, gratificação de férias de 70%, reembolso-creche e babá, 13° de vale-cesta não é qualquer um que tem. Portanto, é hora de ter bom senso e analisar a proposta com responsabilidade”, disse Darlezan.

O ministro conclamou os trabalhadores dos Correios a voltar ao trabalho, tendo em vista tratar-se de serviço essencial à população. Ele lembrou a discussão em torno da quebra do monopólio enfrentada recentemente pela empresa. Ressaltou a importância de se prestar os serviços de modo a atender as necessidades da sociedade e deu um recado aos dirigentes sindicais. “Radicalizar o movimento desatende, muitas vezes, ao interesse dos trabalhadores”, comentou.

Durante a tentativa de conciliação, os dirigentes sindicais se desentenderam. Uma parte dos sindicalistas era favorável a um acordo, enquanto a outra parte recusou a proposta do ministro. Segundo o ministro, a notória divisão política dos membros da comissão de negociação dos sindicatos poderá pôr a perder algumas das negociações que seriam vantajosas para a categoria.

Com a instauração do dissídio, a proposta recusada pelos sindicatos foi retirada. O TST julgará nos próximos dias se a greve é abusiva ou não. A adesão de grevistas nesta quinta-feira, nono dia de paralisação, é de 10% do contingente de 109 mil empregados. 306 mil encomendas e 47,9 milhões de correspondências estão paradas. Com informãções da Assessoria de Imprensa dos Correios.

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