Pedra no assunto

Battisti sugere cópia italiana de Anistia brasileira

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5 de setembro de 2009, 6h35

O ex-ativista italiano Cesare Battisti, que aguarda o Supremo Tribunal Federal decidir entre o pedido de extradição feito pelo Estado italiano e o status de refugiado político concedido pelo governo brasileiro, disse que a Itália "poderia" adotar uma lei da anistia como a do Brasil, segundo a Folha Online. O STF julga no próxima quarta-feira (9/9) o pedido de extradição.

Condenado na Itália à prisão perpétua por quatro homicídios cometidos na década de 1970 e detido no Brasil desde 2007, Battisti respondeu às questões da Ansa por escrito, direto de sua cela no presídio da Papuda, em Brasília.

"A Itália que admira tanto o Brasil, que aprende tanto com o futebol de Kaká, Ronaldo e tantos outros, também poderia aprender com a experiência brasileira da anistia, que tanto contribuiu para a paz e a democratização do país", disse o ex-ativista, questionando se "não seria a hora para a Itália virar essa página dos anos de chumbo?"

Promulgada em 1979 pela ditadura, a Lei de Anistia brasileira beneficiou pessoas que cometeram crimes políticos ou por motivação política entre setembro de 1961 e 15 de agosto de 79.

Para a Justiça italiana, no entanto, o ex-membro da organização PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) é um criminoso comum e não um perseguido político.

Foragido de seu país desde 1981, Battisti recebeu no último mês de janeiro o status de refugiado político do ministro da Justiça, Tarso Genro. Agora, aguarda o julgamento do STF, que nos próximos dias deve analisar seu caso e decidir se extingui ou não o pedido de extradição feito pela Itália.

Sobre o julgamento, o italiano afirmou também que está "disposto a tudo para fazer valer minhas razões. Se o STF decidir que é necessária a minha presença no plenário, eu irei".

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