Suspeita de sonegação

PF prende novamente Eliana Tranchesi, dona da Daslu

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26 de março de 2009, 11h49

A empresária Eliana Tranchesi, uma das proprietárias da Daslu, loja de artigos de luxo em São Paulo, foi presa na manhã desta quinta-feira (26/3) pela Polícia Federal. Ela foi condenada pelos crimes formação de quadrilha, descaminho (fraude em importações) e falsificação de documentos. A decisão é da 2ª Vara Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo. A PF afirmou que a prisão foi baseada nesta decisão. Procurada pela Consultor Jurídico, a Justiça Federal de São Paulo, no entanto, não soube explicar os motivos da prisão preventiva no processo em que a empresária respondia em liberdade. Um funcionário da 2ª Vara apenas disse que a prisão está baseada na sentença condenatória, mas afirmou que não poderia dar mais informações.

De acordo com a PF, Eliana foi detida por conta dos desdobramentos da Operação Narciso, iniciada em 2005, para tentar combater a sonegação fiscal. É a segunda prisão da empresária. Outras duas pessoas acusadas de crimes financeiros: Antonio Carlos Piva de Albuquerque, irmão de Eliana, e Celso de Lima, da importadora Multimport também foram presas nesta quinta-feira (26/3).  As informações são do portal G1 e da Folha de S. Paulo.

No caso de Eliana,  a soma das penas mínimas dos crimes pelos quais ela é acusada somam 21 anos, por seis descaminhos consumados e três descaminhos tentados e nove falsidades ideológicas, além de quadrilha ou bando. Piva, responde pelos mesmos crimes e está sujeito a mesma pena mínima. Para os donos das importadoras, a soma das penas mínimas varia de 2 a 14 anos, dependendo da participação de cada um no esquema.

De acordo com a PF, a empresária foi detida em sua residência na capital paulista e levada provisoriamente para a penitenciária feminina do Carandiru, na Zona Norte. Não há informações se a empresária será levada para a sede da PF, na Lapa, Zona Oeste, onde geralmente os suspeitos são interrogados. A PF não soube explicar o motivo de Eliana estar detida no Carandiru, de acordo com o portal G1.

Eliana já havia sido detida, em julho de 2005, durante a chamada Operação Narciso para tentar combater a sonegação fiscal. Na ocasião, o irmão dela também ficou detido. A dona da Daslu foi levada na época para a sede da Polícia Federal, na Zona Oeste de São Paulo, e acabou liberada depois de algumas horas após prestar depoimento.

Em abril do ano passado, o Ministério Público Federal em Guarulhos (SP) apresentou à 2ª Vara Federal do município as alegações finais no processo que apurou o suposto esquema de importações fraudulentas. No documento, os procuradores da República Matheus Baraldi Magnani e Luciana Sperb Duarte pedem as condenações da dona da butique Daslu, Eliana Tranchesi, de seu irmão, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, do diretor financeiro da empresa e de cinco donos de quatro importadoras.

A advogada Joyce Rosen, que defende a proprietária da Daslu, disse que a prisão é “absurda” e que a sentença que embasou o mandado foi dada “na calada da noite”. A advogada informou que está preparando um pedido Habeas Corpus.

Ela contou que Eliana foi detida pela Polícia Federal em casa por volta das 6h desta quinta-feira (26/3). No mandado de prisão preventiva, segundo a advogada, havia apenas menção a uma decisão da 2ª Vara da Justiça Federal de Guarulhos sobre o processo referente à Operação Narciso, mas a sentença não estava anexada.

“É uma prisão preventiva de um processo que já tem quatro anos e a juíza ficou um ano para sentenciar (…) Ela está doente, no meio de um tratamento quimioterápico. Foi absurdamente presa dentro de casa, às 6h da manhã. Estamos acompanhando [o processo] diariamente. O fórum fecha às 19h, acompanhamos o fechamento e mais uma vez a sentença foi dada na calada da noite para que às 6h tivesse alguém na porta dela”, afirmou.

Notícia atualizada às 14h42, desta quinta-feira, 26 de março.

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