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Delegados da PF reclamam de vazamento de inquérito

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10 de março de 2009, 19h30

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal divulgou nota para reclamar do vazamento do inquérito da Operação G, que investiga os desmandos do delegado Protógenes Queiroz durante a Operação Satiagraha. A associação manifestou sua irresignação porque os jornalistas da Veja tiveram acesso às informações.

Neste final de semana, Veja divulgou detalhes da investigação contra Protógenes, mostrando que o delegado grampeou e bisbilhotou autoridades dos três poderes, advogados e jornalistas. “É preciso ser exemplar, quando se quer cobrar respeito ao Estado Democrático de Direito. Isso não é possível com a violação de uma investigação que tramita em segredo de justiça”, afirmou a ANDPF. Na quarta-feira (4/3), o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo, decretou o fim de segredo de Justiça do caso.

Para os delegados da PF, o Estado Democrático de Direito “não é compatível com acusações de escutas clandestinas baseadas em ilações e conjecturas sem apresentação de qualquer áudio ou outra prova material dos noticiados grampos telefônicos”.

Os delegados reclamam que não é aceitável que setores da imprensa se esforcem para investigar o delegado Protógenes sem dedicar o mesmo esforço contra os acusados da Operação Satiagraha. “Essa movimentação jornalística coincide com a apresentação do Relatório da CPI das Escutas com o claro objetivo de forçar uma prorrogação e de indiciamentos até então não propostos”, afirma a associação.

Leia a nota

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal – ADPF manifesta sua irresignação com a informação de que jornalistas da Revista VEJA tiveram acesso ao suposto conteúdo de material apreendido em investigação da Polícia Federal sobre os procedimentos do Delegado de Polícia Federal Protógenes Queiroz a frente da Operação Satiagraha.

É preciso ser exemplar, quando se quer cobrar respeito ao Estado Democrático de Direito. Isso não é possível com a violação de uma investigação que tramita em segredo de justiça.

Assim como não é compatível com acusações de escutas clandestinas baseadas em ilações e conjecturas sem apresentação de qualquer áudio ou outra prova material dos noticiados grampos telefônicos.

Não é aceitável que segmentos da mídia nacional se esforcem tanto em apurar os procedimentos do Delegado de Polícia Federal Protógenes Queiroz sem dedicar, ao menos, igual esforço para a apuração dos fatos principais da Operação Satiagraha envolvendo o empresário Daniel Dantas.

Essa movimentação jornalística coincide com a apresentação do Relatório da CPI das Escutas com o claro objetivo de forçar uma prorrogação e de indiciamentos até então não propostos.

Por fim, os Delegados de Polícia Federal reafirmam seu compromisso com a necessidade de investigação de tudo e de todos os envolvidos na Operação Satiagraha, inclusive, se for o caso de prorrogação da CPI das Escutas, da autoria de mais essa violação de segredo de justiça.

Comissão de Prerrogativas — ADPF

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