Chefe do Judiciário

Não vou pedir licença para falar, diz ministro

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3 de março de 2009, 14h45

Spacca" data-GUID="gilmar_mendes2.jpeg">O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, afirmou que não precisa pedir licença para falar com a sociedade. Em entrevista ao blog do jornalista Reinaldo Azevedo, ele rebateu a afirmação do presidente Lula de que o presidente do Supremo, quando se referiu aos repasses feitos por órgãos públicos, se manifestou como cidadão e não como representante do Poder Judiciário.

Gilmar Mendes afirma que falou sim como chefe de um dos Poderes da República. Para ele, não foi nada de espetacular afirmar que repasses para movimentos que invadem terras é ilegal, já que a prática é regulamentada pela Constituição.

Leia a entrevista.

Ministro, quando o senhor censurou o financiamento oficial a entidades que promovem atos ilegais, estava falando apenas como um cidadão, como disse o presidente da República, ou “fora dos autos”, como afirmam alguns?
Gilmar Mendes — Falo fora dos autos, e o faço de propósito. E não falo apenas como um cidadão, não. Falo é como chefe de um dos Poderes da República mesmo.

Como responde à crítica de que o senhor deveria esperar o caso chegar ao Supremo?
Gilmar Mendes — Que caso? Questões dessa natureza já chegaram ao Supremo. Falo com a responsabilidade de quem é chefe de um Poder. Não vou pedir licença para falar! É uma questão de responsabilidade. Sou presidente do Conselho Nacional de Justiça e posso dar diretrizes aos juízes e falar com os brasileiros. Aliás, não estou dizendo nada de diferente do que afirmei em meu discurso de posse, na presença do presidente da República.

Há quem diga que o senhor está organizando o discurso da oposição.
Gilmar Mendes — Isso é uma bobagem. Trata-se de uma tentativa de certos setores, notórios, de silenciar e desqualificar o chefe de um dos três Poderes da República. O que foi que eu disse de tão espetacular? Que o país dispõe de uma Constituição e de um arcabouço legal que devem ser respeitados? Até onde sei, trata-se de uma obviedade que vale tanto para o governo como para as oposições.

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