Suspeita de espionagem

PF abre novo inquérito para investigar Protógenes

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29 de maio de 2009, 17h41

A Polícia Federal abriu novo inquérito para investigar o delegado Protógenes Queiroz por espionagem. O delegado comandou a primeira fase da Operação Satiagraha, que investiga o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, acusado de ter cometido crimes financeiros. A informação é da Folha Online.

Protógenes, que está afastado da corporação, é réu em ação criminal por violação de sigilo funcional e fraude processual na Satiagraha. A abertura do inquérito foi determinada pelo juiz da 7ª Vara Federal de São Paulo, Ali Mazloum, na mesma sentença na qual ele aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra o delegado por violação de sigilo funcional e fraude processual.

No novo inquérito, a PF vai investigar se Protógenes espionou autoridades dos três Poderes. O assunto foi publicado na revista Veja. De acordo com a reportagem, os alvos da espionagem de Protógenes eram os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), o ex-ministro José Dirceu, o governador José Serra (São Paulo), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o empresário Fábio Luiz da Silva, entre outras personalidades.

Em seu despacho, Mazloum diz que foram apreendidos com a equipe de Protógenes "fragmentos indicativos de monitoramento, produção de relatório de vigilância, gravação de áudio e vídeo relacionados com advogados dos investigados na operação, jornalistas e autoridades".

“E, a gravidade disso está na ausência referencial a justificar tais monitoramentos, total falta de norte da origem, a natureza espúria do material encontrado em poder de agentes públicos. Qual a finalidade? A quem e a que serviria o material. Por isso rigorosa apuração deverá haverá de ser encetada", diz ele.

O Ministério Público Federal pediu que a PF esclarecesse a existência de provas sobre o assunto. De acordo com a Folha, a PF informou que não poderia se manifestar sobre o caso. Mas confirmou que recebeu uma determinação de Mazloum envolvendo Protógenes.

Mazloum também determinou à Polícia Federal abertura de inquérito para investigar a troca de telefonemas entre Protógenes e a Nexxy Capital Brasil Ltda, empresa que pertence a Luiz Roberto Demarco. O empresário é adversário de Dantas.

Em seu despacho, Mazloum diz que Demarco é endas judiciais de natureza comercial, como é público e notório", com Dantas.nvolvido "em diversas dema

"Esse inusitado fato [ligações entre Protógenes e a Nexxy Capital] deverá ser exaustivamente investigado, com rigor e celeridade, para apurar eventual relação de ligações com a investigação policial em questão [Satiagraha], uma vez que é inadmissível e impensável que grupos econômicos, de um lado ou de outro, possam permear atividades do Estado", afirma o juiz.

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