Escuta clandestina

Opportunity critica indiciamento de Daniel Dantas

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8 de maio de 2009, 19h19

Em nova nota à imprensa, divulgada nesta sexta-feira (8/5), o grupo Opportunity sugeriu que o indiciamento do banqueiro Daniel Dantas, em relatório final da CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas da Câmara, pode ter sido uma “manobra política mal arquitetada” para “apagar os rastros de ilegalidades cometidas no âmbito da disputa societária das teles desde 2003”. A informação é da Agência Brasil.

Para o grupo, o relatório final da CPI apresenta “contradições, falhas e incoerências típicas”. O Opportunity afirma que a Kroll, empresa contratada pela Brasil Telecom, não interceptou ilegalmente a Telecom Itália, mas teria sido vítima de espionagem pela empresa italiana. A suposta espionagem feita pela Kroll foi investigada pela Polícia Federal na Operação Chacal.

“O Opportunity reafirma que a Kroll foi contratada pela Brasil Telecom [BrT] – e não por Daniel Dantas – para investigar a compra superfaturada da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), por pressão da Telecom Itália e conivência dos fundos de pensão brasileiros, sócios da BrT. A Kroll, de acordo com perícia da própria Polícia Federal, não tinha equipamentos para fazer grampo telefônico”, diz a nota do grupo.

Em seu depoimento à CPI dos Grampos, em abril deste ano, o banqueiro Daniel Dantas disse que não ordenou a instalação de grampos ilegais pela Kroll e alegou que a Operação Chacal teria sido “encomendada” pela Telecom Itália à Polícia Federal. Segundo Dantas, a empresa do setor telefônico italiano tinha interesse em prejudicar a Brasil Telecom na disputa pelo setor de telefonia no Brasil.

No relatório final da CPI dos grampos, a relatora Iriny Lopes (PT-ES), apenas incluiu o pedido de indiciamento do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, por escuta telefônica clandestina. Segundo ela, há indícios de que Dantas contratou empresa de escutas telefônicas para grampear conversas durante a disputa pelo controle acionário da Brasil Telecom entre a Telecom Itália, fundos de pensão, o Citigroup e o grupo Opportunity.

Os os outros dois personagens da Operação Satiagraha, que implicou Daniel Dantas, se livraram do indiciamento. São eles o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, responsável pelas investigações iniciais da operação da PF, e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda. Ambos perderam suas funções na PF e na Abin por supostas ilegalidades cometidas no decorrer da Satiagraha.

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