Caso Tim Lopes

ONG é contra regime mais brando para acusados de matar Tim Lopes

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2 de janeiro de 2009, 14h30

A ONG “Repórteres sem Fronteiras”, com sede em Paris, emitiu nota, nesta sexta-feira (2/1) em que se diz “chocada” com a notícia do abrandamento do regime de prisão de Cláudio Orlando do Nascimento — o “Ratinho” — para semi-aberto, no dia 30 de dezembro, por bom comportamento. A organização se revoltou com o fato de ele ter recebido a mesma medida judicial dada em favor de Claudino dos Santos Coelho, o “Xuxa”. Os dois são acusados pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. O traficante Cláudio Orlando do Nascimento, de 36 anos, alegou inocência durante o seu julgamento, dizendo que trabalhava “como feirante, vendendo alho e pipa, desde os dez anos de idade”.

Em comunicado emitido a todo o mundo em 3 idiomas, a entidade descreve assim o crime: “Os dois homens, conhecidos por pertencerem a uma quadrilha do Rio de Janeiro, haviam sido condenados a vinte e três anos e seis meses de prisão pelo assassinato, em junho de 2002, de Tim Lopes, jornalista da TV Globo. O jornalista realizava uma reportagem sobre casos de exploração sexual de menores na favela de Vila Cruzeiro, quando foi seqüestrado e torturado até a morte. Sete malfeitores foram condenados, no processo, a penas compreendidas entre vinte e três e vinte e oito anos de prisão”.

A entidade escreveu que “mesmo admitindo que a lei autorize que um preso que tenha cumprido um terço de sua pena solicite e obtenha o regime semi-aberto, consideramos essa medida totalmente inadequada, tendo em conta a crueldade dos fatos pelos quais ‘Xuxa’ e ‘Ratinho’ foram condenados em 2005”.

O jornalista Tim Lopes foi assassinado no dia 3 de junho de 2002, quando fazia uma reportagem no Complexo do Alemão sobre tráfico de drogas e exploração sexual de menores em bailes organizados por traficantes. Tim Lopes foi torturado, morto, teve o corpo esquartejado e queimado. Segundo o Ministério Público, o mandante do crime teria sido o traficante Elias Pereira da Silva, o “Elias Maluco”, já condenado a 28 anos e seis meses de prisão.

Em outubro de 2005, o 1º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou Claudino dos Santos Coelho a 23 anos e seis meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. O julgamento durou 54 horas.

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