Acidente com Legacy

Famílias de vítimas não querem que pilotos voem

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11 de dezembro de 2009, 16h58

O advogado que defende as famílias envolvidas no acidente do avião da Gol, que caiu ao se chocar com a jato Legacy, em 2006, resolveu pedir a cassação da autorização de voar dos pilotos do jato até que o fim dos processos criminais. Dante D’Aquino deve entregar, ainda esta sexta-feira (11/12), o pedido ao governo norte-americano.

Segundo o advogado, o pedido tem base em duas ações da FAA (Federal Aviation Administration) que suspendeu a brevê de dois pilotos norte-americanos, Joseph Lepore e Jan Paladino, um por ficar com o equipamento de comunicação desligado por 90 minutos durante um voo, e outro por suspeita de embriaguez. A agenda do advogado em Washington está cheia. Ele já entregou cópias do pedido para representantes do NTSB (National Transportation Safety Board), para o FAA (Federal Aviation Administration) e para a Embaixada brasileira nos Estados Unidos. Na tarde desta sexta, estão programadas visitas na Comissão de Viação e Transporte daquele país.

De acordo com a assessoria de imprensa de D’Aquino, junto do material entregue às autoridades norte-americanas estão mais de 200 assinaturas de apoios da Câmara e Senado Federal do Brasil, apoiando a cassação da autorização para voar dos dois pilotos.

O advogado dos pilotos afirmou que desconhece o fundamento do pedido, mas acredita que se fosse necessário cassar a autorização deles, as autoridades norte-americanas já teriam feito. “Os pilotos estão voando regularmente em território estrangeiro e estão se defendendo do processo no Brasil. Acredito que será um pedido sem êxito, pois se houvesse algum motivo real para a cassação, isso já teria ocorrido”.

As famílias das vítimas querem que a autoridade da aviação norte-americana aplique a mesma pena aos dois pilotos envolvidos no acidente do Brasil, que são suspeitos de causar o acidente com o voo 1907, onde são acusados de não seguir o plano de voo, não saber operar os equipamentos de comunicação e de desligarem o aparelho transponder. “Esperamos que o governo norte-americano tenha a mesma atitude com os pilotos envolvidos no acidente, já que não se pode ter dois pesos e duas medidas para uma avaliação de risco”, destaca a viúva Rosane Guhtjar.

Rosane Guhtjar também entrou com ação contra o jornalista norte-americano Joey Sharkey. Os advogados da viúva acusam o americano ter se referido ao Brasil como “país arcaico”, “terra de tupiniquins e bananas” e descrevendo o país como terra do “carnaval, futebol, bananas, ladrões e prostitutas”. Joe Sharkey se defende por meio de seu próprio blog e de sites americanos especializados em jornalismo. “Estou completamente surpreso com as acusações de que eu insultei a honra do Brasil tentando transformar os pilotos americanos em heróis”. Sharkey afirma as citações foram feitas em comentários de suas notícias e outros links na internet feitos a partir dos textos publicados por ele, como o site Brazzil.

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