A biblioteca básica de Ives Gandra Filho
2 de dezembro de 2009, 6h00
Livros de guerra sempre chamaram a atenção de Ives Gandra. Dando asas à curiosidade, empenhou-se em ler, na adolescência a coletânea História Ilustrada da 2ª Guerra Mundial, uma coleção com mais de 100 livros. Outra coleção que fez parte de sua adolescência foi Ascensão e Queda do Terceiro Reich, de William L. Shirer.
Dono de uma biblioteca com mais de 2 mil títulos, Ives Filho diz que sempre gostou mesmo foi de consultar o acervo do pai: “a biblioteca dele [o advogado Ives Gandra da Silva Martins] é muito completa. Sempre tirei proveito do acervo. Tenho alguns livros em casa, no gabinete, mas não são muitos como os da biblioteca do meu pai".
Ives Gandra lê cerca de quinze livros ao mesmo tempo. Para ele, é uma forma de manter-se preso à leitura e de formular conexões entre as diferentes ideias discutidas. Das obras lidas atualmente está Paideia, de Werner Jaeger, um estudo sobre os ideais de educação da Grécia antiga.
Ives Gandra da Silva Martins Filho nasceu em São Paulo (SP), em maio de 1959. Formou-se bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com especialização em Direito Empresarial. Fez mestrado em Direito na Universidade de Brasília. Foi procurador do Ministério Público do Trabalho, época em que atuou como assessor da Casa Civil da Presidência da República. Em 199 foi nomeado ministro do Tribunal Superior do Trabalho, onde permanece.
Certamente uma das obras que marcaram a entrada na adolescência de Ives Gandra. Guerra e Paz, de Leon Tolstoi, traz em suas páginas uma visão épica da sociedade russa entre 1805 e 1815. Dela emana uma filosofia otimista, que atravessa os horrores da guerra e a consciência dos erros da humanidade. “Lembro de ficar horas lendo o romance, deitado na rede, na fazenda da família. Parecia ser muito real. Mergulhava na leitura e vivia aquilo de verdade”, enfatiza o ministro.
Acostumado a leitura farta e variada desde criança, Ives Gandra lembra que duas obras foram fundamentais para sua formação intelectual e como cidadão: o clássico Ortodoxia, de Gilbert Keith Chesterton, que constitui uma defesa filosófica da Fé ante o Racionalismo; e Caminho, do fundador da Opus Dei, Josemaría Escrivá, fruto de seu trabalho sacerdotal.
A obra, fruto do trabalho sacerdotal de Escrivá iniciado em 1925, apareceu pela primeira vez em 1934, em Cuenca, Espanha, com o título de Consideraciones Espirituales. Na edição seguinte, o livro, expressivamente ampliado, recebeu seu título definitivo. Desde então, correu o mundo em ritmo contínuo e progressivo. Já foram publicados 4,5 milhões de exemplares, em 43 idiomas.
Ao ingressar na faculdade, o didatismo da obra Curso de Direito Comercial, de Rubens Requião, chamou a atenção de Ives Gandra que logo adotou o livro para consulta. Alguns assuntos abordados pela obrasão Direito Civil comercial, História, o empresário e a empresa, estatuto da microempresa e das empresas de pequeno porte, comércio pelo estrangeiro, registros públicos, propriedade industrial, contabilidade, e cadastro geral dos comerciantes e das sociedades mercantis.
Outro livro prendeu bastante a atenção do ministro por sua forma de elucidar questões complexas foi Curso de Direito Constitucional, de Celso Ribeiro Bastos.
Fã confesso de literatura estrangeira, Ives Gandra destaca a trilogia O Senhor dos Anéis do escritor inglês e linguista J.R.R Tolkien. O livro faz uma viagem pelo fantástico mundo criado por Tolkien, numa aventura entre magos, elfos, anões e hobbits e sua luta contra as forças do mal. A séria inclui os títulos A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei. A versão cinematográfica lançada em 2001 foi sucesso de bilheteria e crítica em todo o mundo.
Um dos livros que guiaram os passos de Ives Gandra foi Caminho, escrito por Josemaría Escrivá. O sacerdote foi fundador da Opus Dei, instituição da igreja católica que prega que o trabalho e as circunstâncias habituais são ocasião para um encontro com Deus, para o serviço aos outros e para melhorar a sociedade.
“Certa vez, meu pai me disse: hoje você conhecerá um santo em vida”. Assim Ives Gandra se refere ao encontro que teve, quando criança, com Escrivá. O eclesiástico morreu em 1975, e foi canonizado em 2002.
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