Briga no Supremo

JB recebe apoio de procuradores de Goiás

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28 de abril de 2009, 12h51

O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, recebeu nesta terça-feira (28/4) a solidariedade dos procuradores da República do estado de Goiás. O procurador Hélio Telho Correa fez um pronunciamento de apoio em referência à discussão entre o ministro e o presidente do STF, Gilmar Mendes, na sessão plenária da ultima quarta-feira. A informação é da Agência Brasil.

O procurador da República goiano falou do "apreço" de seus colegas estaduais pelo ministro, por ter "dito aquilo que precisava ser dito". O procurador fez as declarações durante a rodada de palestras, no auditório da Justiça Federal, sobre improbidade administrativa e candidaturas eleitorais.

Durante a sessão do dia 22, Joaquim Barbosa acusou Gilmar Mendes de destruir a credibilidade do Judiciário brasileiro e de manter capangas em Mato Grosso. “Vossa Excelência não tem condições de dar lição a ninguém”, rebateu Gilmar Mendes.

Por causa do episódio, os ministros do STF divulgaram uma nota em que lamentaram a discussão e reafirmaram a confiança no ministro Gilmar Mendes.

Ao falar no encontro da Justiça Federal, o ministro Joaquim Barbosa comentou que a morosidade e a imprecisão da legislação brasileira permitem que pessoas se candidatem a cargos eletivos mesmo tendo em curso processos na Justiça. A restrição só ocorre se o candidato tiver sido condenado por crime eleitoral.

"O jeitinho brasileiro no Judiciário tem permitido que muitos se candidatem", e há casos, de acordo com Joaquim Barbosa, que citou o estado do Paraná, em que "tribunais de contas revogam dispositivos que eles mesmos tinham aprovado, para viabilizar candidaturas". As ações populares também não impedem as candidaturas e "é muito difícil impedir que maus candidatos concorram nas urnas se não houver legislação específica sobre a questão".

Pouco depois das declarações, Joaquim Barbosa pediu para se ausentar. Ele não falou com a imprensa e saiu escoltado por seguranças. Ele está licenciado do tribunal para tratamento de coluna e só deverá voltar ao plenário do STF nas sessões da próxima semana. Em entrevistas dadas à imprensa após a discussão, tanto Joaquim Barbosa quanto Gilmar Mendes declararam que o episódio está superado.

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