Grampos ilegais

Ex-agente do SNI diz que vai abrir sigilo para CPI das Escutas

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24 de setembro de 2008, 14h23

O ex-agente do Serviço Nacional de Inteligência (SNI) Francisco Ambrósio do Nascimento disse que vai abrir seus sigilos telefônico, fiscal e bancário, desde 1998, para a CPI da Câmara dos Deputados, que investiga escutas telefônicas clandestinas.

Aposentado desde aquele ano, Ambrósio diz que ofereceu a quebra de seu sigilo para que a CPI saiba que não teve outra fonte de renda nesse período. “Me disponho a abrir meu sigilo bancário e fiscal para que essa comissão fique tranqüila e com a absoluta verdade de que nesses dez anos não desempenhei nenhum tipo de atividade remuneratória”, declarou.

Ele é suspeito de ter grampeado ilegalmente telefones de autoridades a pedido do delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, que coordenou a Operação Satiagraha. Assim como no depoimento à Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, Ambrósio negou participação no caso e disse que foi contratado pelo delegado apenas para fazer uma triagem de e-mails em computadores apreendidos.

O ex-agente da SNI contou que conheceu Protógenes por meio de um amigo em comum e que, pelo serviço, recebeu R$ 1,5 mil. Segundo ele, os recursos eram da própria Satiagraha. “Não valeu à pena”, disse. “Estou sozinho na despesa com a minha defesa”, completou.

Ambrósio relatou que, antes de seu depoimento na Polícia Federal, se reuniu com o diretor-adjunto afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), José Milton Campana, com o ex-diretor Renato Porciúncula e com o diretor afastado de Contra-Inteligência, Paulo Maurício Fortunato. O ex-agente disse que o encontro ocorreu em um restaurante italiano na Asa Norte, em Brasília, em 5 de setembro, um dia antes do seu depoimento na PF.

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